O ministro socialista Augusto Santos Silva advertiu hoje para os riscos de “um poder desmedido” de algum dos parceiros à esquerda do PS e acusou PSD e CDS-PP de “trazerem as instituições da República para a lama”.
De acordo com a Lusa, citada pelo Sapo24, o cabeça de lista socialista no círculo eleitoral Fora da Europa falava num almoço-comício com muitos militantes e simpatizantes socialistas, em que esteve presente o antigo candidato a secretário-geral do PS e ex-eurodeputado Francisco Assis.
Na segunda parte do seu discurso, com cerca de 16 minutos, Augusto Santos Silva referiu-se ao caso de Tancos e visou diretamente os líderes do PSD e do CDS-PP, respetivamente, Rui Rio e Assunção Cristas.
“Nós não queremos trazer as instituições da República para a lama, nós sabemos que a justiça e a política são domínios diferentes, sabemos que as Forças Armadas são uma instituição representativa de todo o país, sabemos que as questões judiciais resolvem-se nos tribunais e que as questões políticas tratam-se no parlamento e na política”, declarou.
Depois, o ministro dos Negócios Estrangeiros insurgiu-se contra “a degradação da linguagem política, contra as calúnias e ofensas pessoais”.
“A doutora Assunção Cristas parece querer afundar o nível do debate político democrático em Portugal, mas é hoje evidente para todos, basta olhar para as sondagens, que quem se vai afundar é ela própria”, sustentou, antes de falar no gosto de Rui Rio em “produzir belas teorias”, como as do rigor financeiro e a clareza de decisões.