Obras que estavam a ser feitas no recinto do clube por ordem ministerial em 2013 estão paralisadas há mais de seis anos
A direcção do Sporting de Luanda, liderada por Jorge de Oliveira, está agastada com o silêncio do Ministério da Juventude e Desportos (MINJUD) sobre a rectificação das obras que estavam a ser feitas no pavilhão do clube, situado na baixa de Luanda.
O dirigente fez estas declarações, aquando da tomada posse dos órgãos sociais do clube, para o quadriénio 2020/24, que completou 100 anos de existência no dia oito do corrente.
Das várias cartas e email enviados pela direcção ao MINJUD, nos últimos dias, não obtiveram resposta. A situação tem deixado os dirigentes do clube agastados e prometem adoptar uma postura diferente. “É muito triste o que fizeram ao pavilhão. O empreiteiro em vez de arranjar só danificou o campo, e foi embora até hoje.
O MINJUD, que tem o trabalho de fiscalizar a obra que pagou fechou-se em copas até hoje. É muito complicado, porque temos meninos a treinar no espaço. Já falamos, escrevemos, solicitamos ajuda por parte das entidades para se repor a legalidade e nada. Esta situação já leva mais de seis anos e até agora nada, é triste” disse.
Em declarações ao Jornal de Angola, Jorge Oliveira afirmou haver “má fé” do MINJUD, por não repor a legalidade do contrato, assinado com a instituição leonina. Seis anos depois, o órgão reitor do desporto no país não se pronuncia sobre a retomada das obras de melhoramento, para que os escalões de formação possam trabalhar sem dificuldade.
“É um assunto grave e o Ministério nada faz para obrigar o empreiteiro a repor a legalidade. Não se compreende o posicionamento de uma instituição pública, ante a postura de uma empresa estrangeira, que foge com o dinheiro pago pelo Estado, sem concluir a obra”.
Ao longo dos seis anos com as obras paralisadas, Jorge de Oliveira e adjuntos mantiveram duas reuniões com a ministra Ana Paula do Sacramento Neto, que prometeu repor a legalidade no pavilhão. “Mas, de lá para cá nada foi feito. As palavras não passaram de promessas. Aliás o tempo em que se arrasta o imbróglio demonstra a falta de interesse por parte do MINJUD resolver a situação”. desabafou o dirigente leonino.
A empresa chinesa (CTC) deixou de prestar serviços, após a ordem da direcção do Sporting de Luanda, que havia constatado irregularidades na execução da obra. Desde então, sem esclarecer as razões de alteração do projecto “abandonou a obra” até hoje.
A CTC partiu parte das bancadas de betão para dar acesso aos camiões de serviço, e colocou pilares dentro da quadra, situação que chamou a atenção dos dirigentes do clube. Desde então, os balneários e outros serviços não funcionam, justifica o dirigente os constrangimentos resultantes da inoperância do recinto.
Jorge de Oliveira assegurou que o MINJUD sempre “abandalhou” a direcção do clube. Mesmo assim, “fomos sempre atrás da melhor solução” e dos vários encontros com o Minjud “não resultaram em nada”.
Os pavilhões do Sporting de Luanda, Ferroviário, ASA e 1º de Agosto tinham sido contemplados para obras de melhoramento com financiamento do Estado, durante a fase de preparação do Campeonato do Mundo de hóquei em patins, disputado no país em 2013.
Dos quatro empreendimentos, apenas dois foram concluídos: o pavilhão Jean Jacques da Conceição afecto ao 1º de Agosto e o do Ferroviário de Angola.