As obras de reabilitação do Hospital Central da cidade de Menongue, província do Kuando- Kubango, que já duram cerca de quatro anos, estão a provocar muitos transtornos no atendimento dos doentes que acorrem àquela unidade.
O director clínico da maior unidade hospitalar da província, João Chihinga, disse que a instituição, que recebe entre 230 e 250 pacientes por dia, com enfermidades diversas, está a registar sérias dificuldades no atendimento, devido à falta de espaço para internamento.
Outra questão tem a ver com o barulho produzido na execução das obras, o que retira o sossego dos pacientes e do quadro clínico em serviço, lamentou o responsável.
Recentemente, foram instaladas três tendas no pátio do hospital, para acomodar os doentes mais graves mas, infelizmente, estas também se revelaram demasiado pequenas para suportar a demanda e, como resultado, continua a internar-se os doentes nas salas em reabilitação.
João Chihinga disse que as obras, a cargo da empresa de construção civil “Afracoma”, levam muito tempo e a sua execução nem atingiu 50 por cento de execução, não se vislumbrando um horizonte temporal para o término dos trabalhos, devido a problemas financeiros.
“O pior de tudo é que as chuvas podem começar a cair a qualquer momento e vamos ter que suportar os mesmos problemas dos anos anteriores, uma vez que quando chove, o interior do hospital fica completamente alagado e sem espaço para trabalharmos, por causa da degradação acentuada do telhado que permite a infiltração de água para as salas de serviço”, antevê.
Internamento limitado
O director clínico realçou que face aos trabalhos de reabilitação em curso, a direcção do hospital foi forçada a reduzir a capacidade de internamento de 150 para apenas 50 camas, distribuídas nas áreas de medicina, ortopedia, maternidade e pediatria. São reservadas apenas para os casos mais graves.
Quanto aos outros pacientes, que apresentam também um quadro clínico reservado, esclareceu que estes são acompanhados clinicamente nas suas próprias residências, por o hospital ficar sem espaço para acomodar mais doentes.
João Chihinga garantiu que, em termos de medicamentos, a instituição tem algumas dificuldades, mas tem sabido dar reposta às patologias mais frequentes, como as doenças diarreicas agudas, malária, sarampo e as infecções sexualmente transmissíveis. O Hospital é assegurado por 22 médicos e 376 enfermeiros, entre angolanos, coreanos e cubanos, nas especialidades de cirurgia, clínica geral, ortopedia, raio X e laboratório.
Fonte: Jornal de Angola
Fotografia: Carlos Paulino