Segundo o deputado social-democrata, “o FMI ainda não reuniu a sua administração e, quando o fizer, vai revelar o conteúdo da carta”, algo que, acrescentou, “foi sempre assim”
O líder parlamentar do PSD respondeu hoje ao repto do PS, no sentido de revelar a carta de intenções dirigida ao Fundo Monetário Internacional (FMI), afirmando que o partido “rosa” está “desencontrado com o país”.
“O PS anda muito desencontrado com a vida do país e com a sua responsabilidade histórica no passado, no presente e no futuro. O PS sabe que esta carta é um procedimento normal. O FMI já esclareceu. Houve em todas as avaliações e há agora no final do programa. O Governo deixa claro quais são as intenções relativamente a aspetos importantes e elas são analisadas pela administração do FMI para tomar a opção de disponibilizar as verbas respeitantes às ‘tranches’ do empréstimo”, disse Luís Montenegro, após reunião do grupo parlamentar “laranja”.
O membro do secretariado nacional do PS Eurico Brilhante Dias tinha exigido na véspera que o Governo da maioria PSD/CDS-PP revelasse o texto até às eleições europeias de 25 de maio e, de preferência, no dia 17 de maio, data que o executivo de Passos Coelho e Paulo Portas aponta para a conclusão do programa de resgate financeiro a Portugal.
Segundo o deputado social-democrata, “o FMI ainda não reuniu a sua administração e, quando o fizer, vai revelar o conteúdo da carta”, algo que, acrescentou, “foi sempre assim”.
“O PS, que, ainda por cima, quer apresentar-se como alternativa de governo, deve saber como estas coisas funcionam. Parece que está mais interessado em politiquice, em assustar as pessoas com aquilo que hipoteticamente aí poderia vir. O mais importante era que o PS deixasse de esconder a sua própria agenda: qual é a sua estratégia orçamental, que despesa pública deve ser reduzida, o que defende para reformar a Saúde, a Educação, para dar sustentabilidade às pensões? Essa agenda escondida do PS é que nunca mais vê a luz do dia”, afirmou.
O encontro entre os deputados do PSD foi o primeiro do grupo parlamentar após o anúncio do primeiro-ministro de uma “saída limpa” do programa de assistência económico-financeira acordado com a ‘troika’ de Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI.
“Qualquer dia, chegamos mesmo às eleições legislativas, que o PS já quis que fossem várias vezes, mas vão ser no tempo certo, ou seja, no fim da legislatura, e não vamos saber o que o PS quer para o país. Era bom que deixasse estas pequenas tricas e anunciasse ao país o que quer”, continuou Montenegro.
O parlamentar social-democrata considerou o anúncio recente de Passos Coelho como um sucesso contra “os pessimistas, os alarmistas”, os que, “permanentemente, andam a criar terror nas pessoas”, os quais “andam muito desencontrados com a História”.
“Fomos capazes de cumprir o objetivo delineado de terminar o programa no tempo certo sem recurso a outro programa. A decisão (do Governo) e o tempo marcam uma grande diferença face ao posicionamento de muitos arautos da desgraça em Portugal, que duvidaram sempre da nossa capacidade de executar o programa e pôr o país a crescer economicamente e de recuperar emprego e perspetivaram uma espiral recessiva que não se veio a verificar”, congratulou-se. (ionline.pt)
por lusa