O Senado americano rejeitou na terça-feira o plano de emprego do Presidente Barack Obama, numa primeira votação sobre o texto apresentado pelo Chefe de Estado norte-americano como crucial para evitar uma nova recessão económica.
O documento foi rejeitado por 50 votos, quando eram necessários 60 para abrir formalmente os debates.
Este reverso vai obrigar Obama e os seus aliados a rever o texto e a apresentar separadamente, ponto por ponto, as medidas do plano de 447 mil milhões de dólares.
A proposta de Obama foi rejeitada pelo conjunto dos eleitos republicanos e por dois democratas. “O voto desta noite não é o fim do combate”, disse Barack Obama num comunicado emitido na terça-feira à noite.
Obama vai “continuar a trabalhar com o senador Harry Reid (chefe da maioria do Senado) para assegurar que as propostas individuais deste plano possam ser objecto de voto o mais rapidamente possível”, segundo o comunicado.
Apresentado durante o mês de Setembro, o plano do Presidente da maior economia do mundo prevê investimentos nas infra-estruturas e reduções fiscais e tributárias para a classe média e pequenas e médias empresas (PME).
Segundo Obama, estas medidas permitirão criar 1,9 milhões de empregos e baixar a taxa actual de desemprego de 9,1 para 8,1 por cento.
Harry Reid tinha alterado o financiamento do plano na semana passada, ao incluir uma taxa de 5,6 por cento para os americanos com rendimentos superiores a um milhão de dólares por ano, a fim de obter apoios entre os democratas.
Os planos que Barack Obama está a preparar incluem também um novo imposto para os mais ricos. Tudo com o objectivo de assegurar que os milionários pagam, pelo menos, na mesma proporção que os contribuintes com rendimentos médios – a chamada classe média. A medida afectará as pessoas que auferem mais de um milhão de dólares por ano e assume-se como “uma espécie de imposto mínimo alternativo (AMT) para as pessoas nesse patamar de rendimentos, revela a Reuters, citando o director de comunicações da Casa Branca, Dan Pfeiffer. Segundo a estação de televisão CNN, a taxa afectará uma média de cerca de 450 mil contribuintes norte-americanos.
A proposta está prevista no plano presidencial de redução do défice de longo prazo que o Governo dos Estados Unidos anunciou recentemente. O Congresso tem de decidir até ao final de Novembro como cortar até 1,5 mil milhões de dólares do défice até à próxima década.
A proposta de Obama deverá merecer a aprovação dos republicanos, que alegam que a criação desse imposto pode desencorajar o investimento dos investidores milionários, escreveu em Setembro o diário “New York Times”.
No entanto, é vista por outros analistas como uma forma de Barack Obama conquistar mais votos com vista à reeleição para a Casa Branca em 2012.
Fonte: Jornal de Angola
Fotografia: AFP