O diretor do Instituto de Direitos Humanos da Universidade Centroamericana, José Maria Tojeira, afirmou ser possível que o Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, seja julgado por violações dos direitos humanos num tribunal internacional.
“Não me surpreendia que ele pudesse ser julgado por violações dos direitos humanos no futuro, por graves violações dos direitos humanos, porque tem tal controle absoluto das instituições que não existe nenhuma maneira de fazer um julgamento interno”, disse o jesuíta.
José Maria Tojeira acredita que depois do seu mandato terminar, vão ocorrer julgamentos contra Daniel Ortega.
“O regime de Ortega caiu em graves violações dos direitos humanos, tornou-se um regime repressivo da liberdade de expressão, promoveu e encobriu uma enorme quantidade de assassinatos e perdeu toda a legitimidade”, disse Tojeira.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e o gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OHCHR) responsabilizaram o governo de Nicarágua por “assassinatos, execuções extrajudiciais, maus-tratos, possíveis atos de tortura e detenções arbitrárias”.
Desde 18 de abril que a Nicarágua é palco de manifestações e confrontos violentos.
Os manifestantes acusam o Presidente Daniel Ortega e a mulher e vice-Presidente, Rosario Murillo, de abuso de poder e de corrupção.
Daniel Ortega está no poder desde 2007, após um primeiro mandato de 1979 a 1990.
Os protestos contra Ortega, que começaram em 18 de abril, causaram pelo menos 277 mortos e mais de 2.000 feridos, segundo dados publicados pela CIDH.
As agências humanitárias da Nicarágua contam pelo menos 351 mortos. (Notícias ao Minuto)
por Lusa