O Estado colocou três mil milhões de euros com a procura a ficar abaixo de operações anteriores.
Portugal já concluiu a emissão de dívida sindicada que se iniciou esta manhã. O Estado angariou três mil milhões de euros e, segundo informações avançadas pela Bloomberg, comprometeu-se com uma taxa de 5,112% para colocar obrigações com maturidade em Fevereiro de 2024. De acordo com a Reuters a procura atingiu os 9,5 mil milhões de euros.
O preço da operação ficou acima da taxa exigida pelos investidores no mercado secundário, com a ‘yield’ desta linha de obrigações a situar-se agora em 4,98%, segundo dados da Bloomberg, depois de ter atingido um máximo de 5,02% durante a manhã. Ontem, alguns analistas já antecipavam que o Estado tivesse de fazer uma concessão no preço da emissão para atrair investidores.
“A taxa saiu dentro do que esperávamos no mercado. A procura foi forte, de mais de o triplo da oferta”, referiu o director da gestão de activos do Banco Carregosa, Filipe Silva. Acrescentou que “a queda recente das taxas e do risco foi uma oportunidade bem aproveitada pelo Governo. Por outro lado, para os investidores a rentabilidade oferecida também acaba por ser bastante atractiva. Acho que foi uma operação positiva.”
Foi a primeira vez desde Maio do ano passado que Portugal emitiu dívida numa maturidade próxima de dez anos. No ano passado, Portugal comprometeu-se com uma taxa de 5,669% na mesma linha que foi hoje a mercado e que vence em 2024. Nessa operação a procura ficou acima de dez mil milhões de euros.
No entanto, a última operação de venda de obrigações ocorreu no início de Janeiro. Nessa altura o Estado colocou 3,25 mil milhões de euros em dívida a cinco anos com uma taxa de 4,657%. A procura excedeu os 11,2 mil milhões de euros.
Com a colocação de hoje, o Estado deverá ter garantido as necessidades de financiamento para este ano e parte do valor encaixado poderá já servir para pré-financiar 2015. “A emissão irá ajudar Portugal a aumentar as suas reservas de liquidez e ajudará em parte a pré-financiar algumas das necessidades de 2015”, referiram os analistas do Societe Generale numa nota de investimento a que o Económico teve acesso. (economico.sapo.pt)