Protestos que pediram renúncia do Presidente egípcio, Abdul Fatah Al Sisi, na sexta-feira passada, resultaram em detenções massivas em várias cidades do país. Maior parte dos manifestantes se concentrou na praça Tahrir.
De acordo com a DW, organizações não-governamentais do Egipto informaram este domingo (22.09) que pelo menos 150 manifestantes foram detidos durante os protestos contra o presidente egípcio, Abdul Fatah Al Sisi, que tiveram lugar no Cairo e em outras cidades do país na sexta-feira passada.
O advogado Mukhtar Munir, da ONG Associação para a Liberdade de Pensamento e Expressão (AFTE), disse que as detenções “de jovens que estavam na praça Tahrir e arredores” foram aleatórias.
A ONG Centro Egípcio para os Direitos Sociais e Económicos recebeu denúncias de detenções de 45 pessoas que participaram dos protestos nas cidades do Cairo, Alexandria, Dumiat e Mahala.
Os manifestantes se reuniram em pequenos protestos no local que serviu de epicentro da Primavera Árabe, em 2013, no Cairo – a praça Tahrir – para exigir a renúncia de Abdul Fatah Al Sisi. A polícia usou gás lacrimogéneo para dispersar o protesto.
Convocação pelas redes sociais
As manifestações aconteceram após uma convocação realizada nas redes sociais pelo empresário e actor Mohamed Ali, cujos vídeos e denúncias na internet impactaram a opinião pública egípcia. De Barcelona, onde diz que reside, Ali sacudiu as redes sociais de seu país com duras acusações de corrupção ao presidente, que acabaram viralizando.
O próprio Presidente respondeu a essas acusações, afirmando que os projectos realizados nos últimos cinco anos pelo seu Governo são da nação egípcia e que as acusações contra ele são “mentiras”.
Embora a manifestação não tenha reunido uma grande quantidade de pessoas, as redes sociais destacaram a incomum concentração em um país em que os corpos de segurança actuam de forma incisiva diante de qualquer sinal de manifestação contra o governo.
ONGs como a Human Rights Watch criticaram duramente o governo egípcio pela repressão, e chegaram a rotular o país como “uma prisão ao ar livre”.