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    Pobreza afecta quarentena promovida por médicos por inacção do governo na Nicarágua

    Médicos e empresários da Nicarágua pediram à população para respeitar uma quarentena voluntária e fechar negócios devido à inação do governo frente à COVID-19, mas por medo de ficar sem seu sustento diário, muitos têm ignorado o apelo.

    “Se não trabalhou, não tenho quem me dê nada. De onde vou tirar? Os pobres, que não temos seguro social, temos que trabalhar”, disse à AFP Sorayda Cano, comerciante de um mercado de Manágua, protegida com uma máscara.

    A pandemia acertou um duro golpe no sector informal da economia nicaraguense, que emprega mais de 60% dos 6,2 milhões de habitantes do país.

    E para 24,9% da população que vivem na pobreza, segundo dados oficiais, a quarentena não é uma opção.

    Homens, mulheres e crianças continuam com suas actividades quotidianas porque “é preciso ganhar a vida”, comenta Alex, taxista que usa máscara e leva álcool para os clientes.

    “Vamos continuar até quando pudermos”, diz o dono de uma quiosque de acessórios para celulares em um centro comercial de Manágua.

    Cerca de 30 associações médicas convocaram nesta semana a população a uma quarentena voluntária e a fechar negócios não essenciais para conter a propagação da COVID-19, que segundo eles colapsou os hospitais e provocou muito mais contágios dos que são reconhecidos pelo governo.

    As autoridades indicam que a Nicarágua registou 1.118 casos do novo coronavírus e 46 mortos desde o começo da pandemia, após anunciar um aumento de 46% dos contágios entre 26 maio e 2 de Junho.

    Mas o independente Observatório Cidadão regista 4.217 possíveis casos de COVID-19 e 980 mortes associadas ao vírus até 30 de maio, segundo dados compilados entre funcionários da saúde e familiares.

    O governo da Nicarágua tem se recusado a estabelecer quarentenas e fechar as fronteiras para conter a propagação do coronavírus porque, em sua avaliação, seria catastrófico para a economia. O executivo, ao contrário, tem promovido actos multitudinários contrariando as recomendações dos organismos internacionais.

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