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    PIB trimestral deve confirmar desaceleração econômica do Brasil

    AFP

    A desaceleração da economia brasileira deve ser confirmada nesta quinta-feira (29) pelos dados do primeiro trimestre, que poderiam inclusive mostrar sua primeira retração desde o fim de 2016, frustrando a expectativa de decolagem rápida criada com a eleição de Jair Bolsonaro à Presidência com um programa pró-mercado.

    O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admitiu neste mês uma “probabilidade relevante de que o PIB (Produto Interno Bruto) tenha recuado ligeiramente no primeiro trimestre do ano, na comparação com o trimestre anterior, após considerados os padrões sazonais”.

    Nesse caso, o Brasil ficaria à beira de uma nova recessão (definida por dois trimestres seguidos de recuo do PIB), depois da de 2015-2016.

    A maior economia latino-americana, com mais de 13 milhões de desempregados, ainda sente as consequências desta crise, seguida por dois anos de crescimento fraco (+1,1% em 2017 e em 2018).

    Nas eleições, Bolsonaro conseguiu unir a corrente de ultraconservadoras com os partidários de duros ajustes para equilibrar as contas públicas.

    Mas o entusiasmo desses últimos durou pouco. As idas e vindas do governo em vários campos, somada às frequentes polêmicas com seus próprios aliados e ao clima de campanha permanente criaram atritos com o Congresso. Isso criou dificuldades na aprovação da reforma da Previdência – muito esperada pelo mercado financeiro.

    “Com a vitória de Bolsonaro, a expectativa era que teria condições políticas para tocar as reformas de uma maneira célere, sobretudo a da Previdência”, afirma o economista Alexandre Teixeira, da consultoria MCM.

    “Mas o que a gente viu foi o contrario disso. (…) Em vez de ser um governo agregador, foi desagregador, politicamente confuso, em alguns casos, incompetente. Isso tem elevado a frustração” e resultou em uma queda dos índices de confiança e redução das estimativas, acrescenta.

    O governo reduziu suas previsões iniciais de crescimento para 2019 de 2,5% para 1,6%, e os mercados rebaixaram a sua a 1,23%.

    A lentidão da atividade econômica aumenta a pressão para o Banco Central (BC) reduzir a taxa básica de juros, a Selic, que já está em seu mínimo histórico, de 6,5%.

    O BC “é o único que tem algum espaço para fazer alguma coisa no curto prazo”, garante Teixeira.

    Nesta terça-feira, numa tentativa de acalmar os ânimos e mostrar articulação, Bolsonaro reuniu os chefes das casas legislativas – Rodrigo Maia (DEM-RJ), da Câmara, e Davi Alcolumbre (DEM-AP), do Senado -, além do presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Dias Toffoli, para propôr um “pacto” que permita o avanço da reforma.

    O gestou agradou os mercados: a Bovespa fechou em alta de 1,61%.

    Mas, para alguns analistas, trata-se apenas de mais uma “estratégia” de “uma espécie de ‘bate e assopra’ com os diversos poderes (…) que, até agora, a efetividade tem sido totalmente discutível”, conclui a consultoria Infinity Assets.

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