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    Partidos políticos andam a reboque das iniciativas do Executivo

    Vanguarda|Félix Abias

    Com vários casos de violência no seu seio, MPLA, UNITA e FNLA nunca levaram a cabo qualquer iniciativa com vista a resolver o seu passado, que dividiu famílias e deu lugar ao surgimento de muitos órfãos.

    Os partidos políticos FNLA, MPLA e UNITA, reconhecidos nos Acordos de Alvor como legítimos representantes do povo angolano, cujas querelas internas fizeram várias vítimas mortais, continuam sem qualquer iniciativa com vista a reconciliar-se com o seu passado, andando a “reboque” das iniciativas do Executivo que apontam para a reconciliação nacional.

    O MPLA, que carrega consigo o fardo do conhecido 27 de Maio de 1977, suposta tentativa de golpe de estado perpetrada por membros do partido e que acabou por fazer milhares de vítimas ante à reacção repressiva da direcção liderada por Agostinho Neto, nunca teve qualquer tentativa de “enterrar” este passado que ainda vai

    fazendo sombra e escrever nova página, com o partido mais reconciliado. A propósito do 27 de Maio, falando ao Vanguarda, Julião Paulo “Dino Matross”, na altura secretário do MPLA para as Relações Exteriores e antigo secretário-geral do partido, disse que “houve vítimas de todos os lados”, ou seja dos acusados e dos acusadores.

    A excepção, ainda em relação às iniciativas para reconciliar o MPLA, vai para a comissão de inquérito criada na sequência da conhecida “intentona”, liderada pelo ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos (JES), na altura ministro do Plano, mas que até ao momento nada produziu.

    A UNITA, por seu turno, registou várias mortes de seus membros e militantes, por ordem do seu líder fundador, Jonas Savimbi, tal como os famigerados casos de Tito Tchingunji e Wilson dos Santos, e os respectivos filhos, além das conhecidas “fogueiras”, da queima de supostas bruxas ou de militantes acusados de traição ao partido.

    A direcção do partido alega que Jonas Savimbi já tinha defendido a abordagem, com franqueza deste “passivo do partido”, o certo é que até ao momento nunca houve qualquer iniciativa que visasse o “apagar do passado”.

    Entretanto, se os partidos tardam em dar os passos necessários para a reconciliação interna de uma forma mais formal, ou até mesmo com os demais partidos, o Executivo faz-se à frente e criou a comissão liderada pelo ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, com os partidos políticos e sociedade civil incluídos, para homenagear as vítimas da guerra civil, construindo um monumento com vista a “enterrar do passado”.

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