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    País vai ter monumento em memória às vítimas do 27 de Maio

    O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz, anunciou a construção de monumento a memória das vítimas dos conflitos no país, particularmente, os da intentona do 27 de Maio de 1977, no quadro da reconciliação nacional, escreve a Angop.

    Em declarações à imprensa, o ministro disse que uma comissão foi já criada e a sua acção se estenderá a emissão de atestados de óbitos, nos casos em que tais documentos não terão sido passados.

    Afirmou que serão também emitidos atestados de nascimento para o caso de cidadãos por registar na sequência dos conflitos que assolaram o país.

    O ministro da justiça e dos direitos humanos descarta qualquer indemnização às vítimas dos conflitos, atendendo que a “memória não se paga com dinheiro”.

    Disse estar aberto a sugestões da sociedade civil, das famílias e de outras entidades, igrejas e partidos, que visem assegurar a efectiva homenagem às vítimas de contendas políticas.

    Rui Mingas, que perdeu dois irmãos (entre os quais Saydi Mingas, ministro das finanças na época) e outros familiares, considera haver uma certa abertura na abordagem das questões sobre o 27 de Maio.

    O nacionalista, desportista e homem de cultura considera injustos certos posicionamentos que não tenham em conta que o conflito matou angolanos, indistintamente, depois de muitos anos de luta pela Independência Nacional.

    Uma filha de Saydi Mingas diz não ter memórias do pai, porque na altura tinha pouco mais de um ano de idade, mas ouve contar histórias acerca do homem e não do político.

    Critica o esquecimento a que se remeteu a data, com actos vetados à sociedade civil, à viúva e à filha, em particular.

    Por seu lado, o activista Nelson Bonavena defende a preservação da memória dos acontecimentos do 27 de Maio, socializando os factos tendo em conta a necessidade de apaziguamento e reconciliação nacional.

    Considerou o 27 de Maio “vergonha nacional”, negativo para um país que se propõe promover o desenvolvimento e resolver os problemas gravíssimos que enfrenta.

    Para Bonavena, uma memória apaziguada, mas viva, contrariamente àqueles que acham que o esquecimento é o caminho, é um meio mais capaz de reconciliar o todo nacional para as tarefas do desenvolvimento.

    Acredita que a reconciliação da memória é também um contributo para o desenvolvimento harmonioso e para a felicidade do país.

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