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    Os gases do efeito de estufa tornam o planeta mais quente, mas a Antárctida fica (ainda) mais fria

    Em todo o Mundo, o efeito de estufa provoca o aumento da temperatura na atmosfera. Em todo o Mundo? Não. Na Antárctida, a concentração de gases que o provocam diminuem-na. A ciência explica porquê.

    O efeito de estufa que provoca o aumento de temperaturas em todo Mundo contribui para arrefecer ainda mais a Antárctida durante a maior parte do ano. Um novo estudo prova que esta é uma das regiões mais “estranhas” do globo, casa de vários extremos que os cientistas se têm esforçado por entender.

    A Antárctida, o continente mais a sul do planeta, é também o mais elevado, a cerca de 2500 metros acima da linha média do mar, ou seja, mais de dois quilómetros. Sergio Sejas, cientista atmosférico da NASA no Centro de Investigação em Hampton, na Virgínia, disse à revista Science que o segredo deste fenómeno de “efeito de estufa negativo” está na falta de humidade na região que é tecnicamente um deserto devida à escassa precipitação que nela ocorre.

    A explicação científica para isto é simples. Os gases presentes na atmosfera da Terra captam o calor da radiação “em segundo grau”, ou seja, aquela que, depois de chegar à Terra vinda do sol e de aquecer o solo e os mares, regressa à atmosfera numa espécie de efeito de ricochete. O dióxido de carbono é um dos principais gases presentes na atmosfera porque os seres humanos o produzem em grandes quantidades. Mas o vapor de água também está presente em grandes quantidades nestas “nuvens” que retêm o calor que emana da Terra.

    Quando o vapor de água é escasso, como acontece na Antárctida, o efeito de estufa inverte-se. A juntar a isto há um outro fenómeno particular na região: à medida que a altitude aumenta, a atmosfera fica mais quente, em vez de mais fria como sucede no resto do Mundo. A Antárctida é o único local do globo onde a superfície terrestre é mais fria do que a atmosfera. “A permanente inversão térmica faz com que que os gases que causam o efeito de estufa enviem mais calor de volta ao espaço do que aquele que armazenam”, diz Sejas.

    No geral, o dióxido de carbono está igualmente distribuído pela atmosfera e, por isso, segundo o grupo de investigadores, algum do calor irradiado em direcção ao espaço por este gás a baixas altitudes na Antárctida fica ainda preso numa segunda “camada” de gás mais acima.

    Isto não é verdade para o vapor de água. Há muito pouco vapor de água na Antárctida a baixas altitudes, mas ainda menos na estratosfera. O calor que é lançado para o espaço pelo vapor de água a baixas altitudes continua o seu caminho, não ficando retido nessa nuvens de gases de efeitos de estufa que, de facto, são o que mantém a Terra aquecida. Em resumo, na Antárctida o solo e a atmosfera próxima perdem mais energia para o espaço se o ar contiver gases que provocam efeito de estufa em todos os restantes sítios do mundo. (Expresso)

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