Pandemia e crise económica podem explicar o aumento de infracções. Polícia Nacional admite que os casos podem ser superiores aos registos.
Durante todo o ano passado, Angola verificou um aumento no registo de infracções criminais económicas, ao passarem para 4.279 contra as 3.215 contabilizadas em 2019, uma variação de cerca de 33%.
Dados disponibilizados pelo Centro de Investigação do Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais (ISCPC) colocam a especulação e o exercício ilegal de funções públicas, uso de documentos falsos e fraudes nas vendas, entre os crimes mais frequentes.
Com um total de 2.688 pessoas detidas, os angolanos destacam-se no número de infracções e, segundo Andrewyong Inaculo, director-adjunto para a área científica do ISCPC, apesar do aumento de registo de crimes, os números podem ainda não espelhar a realidade.
“As estatísticas podem ser enganosas”, adverte, admitindo a hipótese de o aumento estar relacionado também com a pandemia e a crise económica.
Para Andrewyong Inaculo, desde 2017 que o combate à corrupção ganhou outros contornos, o que “obriga a Polícia e os órgãos de justiça a intensificarem as acções para combater e reprimir os crimes que atentam contra a economia do país”, ressalta.
O Governo de João Lourenço elegeu, como bandeira, o combate à corrupção e aos crimes económicos. E, para o efeito, foi criada a direcção de combate aos crimes de corrupção, que centraliza a investigação deste tipo de casos. O organismo funciona como um novo serviço executivo central do Serviço de Investigação Criminal.
Os 10 crimes económicos mais frequentes em 2020
1. Especulação;
2. Exercício ilegal de funções públicas;
3. Uso de documentos falsos;
4. Fraude nas vendas;
5. Burla por defraudação;
6. Posse ilícita de minerais estratégicos;
7. Caça furtiva;
8. Furto doméstico;
9. Agressão ao ambiente;
10. Contrabando de combustível.