Na edição 230, de 15 de Junho, com base em informação avançada pela Direcção Nacional dosTransportes Rodoviários, o Novo Jornal deu à estampa a possibilidade da entrada em funcionamento do novo sistema de transportes para Luanda, designado “Bus Rapid Transit”, BRT, até Dezembro deste ano.
No entanto, o ano está no fim e o BRT ainda não circula pelas artérias de Luanda, gorando assim as expectativas de quem vive na capital e via no BRT uma alternativa para as muitas dificuldades de circulação que a capital apresenta.
De recordar que, aquando da publicação da matéria que dava conta da entrada em funcionamento do BRT até Dezembro deste ano, fontes ligadas a outros organismos que também tratam dos transportes na capital mostraram-se . “É verdade que a implementação do BRT poderá facilitar a circulação em Luanda, mas dizer que já vamos ter a partir deste ano é quase uma inverdade. Porque até agora não sabemos e não vemos nada. Falta pouco mais de seis meses para o fim do ano e não temos nenhuma estação, nem terminais. Mas vamos esperar”, assim justificava os seus receios a fonte, contactada no mês de Junho.
Parece que estes receios se confirmaram, porque a três dias do fim do ano, muito dificilmente a Direcção Nacional dos Transportes Rodoviários conseguirá pôr a circular o BRT.
O Bus Rapid Transit, BRT,não é um metro de superfície. Vai funcionar tendo como suporte autocarros específicos, adaptados, e será assumido na sua implementação pelos Ministérios dos Transportes e Urbanismo e Construção. O sector dos transportes vai assumir a aquisição dos veículos BRT, processo que já está em curso, fazendo fé nas informações dadas pela Direcção Nacional dos Transportes Rodoviários.
Sem esquecer os equipamentos de apoio como o sistema de bilhética, que vai funcionar com cartões inteligentes e catracas de acesso às estações para de forma rápida disponibilizar informação que facilita a gestão do projecto. Os equipamentos de apoio contam ainda com um centro de comando operacional que vai concentrar e coordenar todas as actividades do sistema de controlo de imagens, de sinalização variável, sistema de segurança e o de informação aos utentes.
Os primeiros 240 veículos BRT, entre articulados e semi-articulados vão ser das marcas Volvo e Scania e serão fornecidos pela Angolauto e Autosueco, enquanto que os equipamentos de apoio serão fornecidos pela ATP engenharia, empresas que terão vencido os concursos públicos, segundo a Direcção Nacional dos Transportes Rodoviários.
A gestão de exploração do sistema de veículos BRT fica sobre a responsabilidade da TCUL. As infra-estruturas da via específicas para o BRT, sob a responsabilidade do Ministério do Urbanismo e Construção, prevêem a construção de dois corredores em Luanda. O primeiro, tido como linha 1, vai ligar a Corimba ao Estádio 11 de Novembro com paragens nas localidades do Morro Bento, 21 de Janeiro, Gamek, Golf 2, Cambamba 1, Mbondo Chapéu, Camama 1 e 2, Nova Esperança, Bem-vindo 1 e 2, Auto-estrada (com três paragens) e o termino no estádio 11 de Novembro.
A segunda linha vai sair do 11 de Novembro a Viana com paragens no Bita Sapu, Sapu Camama, Cidade universitária, Wegi Maca e Estalagem.
No entanto, numa primeira fase não vão funcionar as linhas completas mas sim sub-troços. Com base na informação disponibilizada pela Direcção Nacional dos Transportes Rodoviários a construção das linhas deverá ser feita de forma a poder receber, no futuro, o sistema de transporte ferroviário ligeiro, que pode ser o metro de superfície ou até mesmo o comboio.
As estações do BRT vão ser edificadas de acordo com a sua funcionalidade, ou seja, haverá estações simples, estações de transferência, estações de integração e estações terminais, integradas nas zonas urbanas e suburbanas onde os veículos BRT vão circular. Faustino Diogo
(Novo Jornal)
