Sanjay Bhasin e Girish Narula são as duas personalidades escolhidas para liderar o Banco Espírito Santo Angola (BESA), que, desde quarta-feira se passou a chamar Banco Económico, SA e deixará de estar intervencionado pelo Banco Nacional de Angola, liderado por José de Lima Massano, a partir de dia 31 de Outubro, noticia o diário português de economia Jornal de Negócios.
Sanjay Bhasin era desde Novembro de 2013 presidente executivo do Banco de Poupança e Promoção Habitacional (BPPH), uma instituição financeira detida pela Sonangol, enquanto Girish Narula exercia as funções de administrador, responsável pelas operações, no mesmo banco.
Segundo o Jornal de Negócios, Sanjay Bhasin tem uma experiência de 25 anos no sector da banca e conta com passagens pelo JM Morgan Stanley e pelo NPL/Special Situations, o “banco mau” criado no âmbito West LB, um banco público da província alemã da Renânia do Norte-Westfália que teve de pedir a intervenção do Estado. Já Girish Narula foi consultor de risco no Credit Suisse e antes de ir para Angola passou também pelo WestLB.
As alterações no BESA, que incluíram uma renovação da estrutura accionista e onde a Sonangol passará a ser o maior accionista, implicam também a saída do presidente da comissão executiva, o português Rui Guerra.
BES não aceita decisões
Apesar destas nomeações, o Banco Espírito Santo (BES) emitiu quinta-feira um comunicado a considerar que todas as decisões tomadas na assembleia geral extraordinária do BESA, realizada quarta-feira, são “inválidas e ineficazes” e que irá “agir em conformidade”.
Esta tomada de posição do banco português veio no seguimento de um comunicado do Banco Nacional de Angola (BNA) em que anunciou a alteração do nome do Banco Espírito Santo Angola para Banco Económico, ganhando dois novos accionistas, o Estado, indirectamente via Sonangol, e uma entidade designada Lektron Capital.
O BES, que na altura defendia ser o accionista maioritário do BESA com 55,71% do capital, considerou que não foram cumpridas as formalidades legais “e estatutárias necessárias para que a assembleia pudesse reunir e deliberar sobre qualquer assunto”, acrescentando que “seria necessário que todos os accionistas do BESA estivessem presentes na reunião e, ainda que aceitassem delibrar sobre os pontos da ordem de trabalhos, o que não sucedeu”.
Recorde-se que o BNA interveio no BESA após ter sido detectado um buraco de 488,8 mil milhões Kz.
Novos accionistas
A assembleia geral extraordinária de quarta-feira, para além de ter decidido mudar o nome do banco,”confirmou a subscrição do capital conforme deliberado pelo banco central”, decidiu a continuidade do accionista Geni, S.A. e a entrada para o capital da Lektron Capital Capital, S.A., do Grupo Sonangol e do Novo Banco, S.A., informou o comunicado do BNA sem adiantar pormenores, nomeadamente sobre as participações de cada accionista e os valores com que cada um entrou.
Por saber fica igualmente qual a sociedade do Grupo Sonangol que entra no capital do Banco Económico, bem como quem é que está por trás da Lektron Capital.
Aquando do anúncio do plano de recapitalização, a 20 de Outubro de 2014, o BNA ordenou um aumento de capital de 65 mil milhões Kz, “em numerário”, a ser subscrito pelos accionistas do BESA ou por entidades por si convidadas e aceites pelo BNA.
A Geni, cujos accionistas também se desconhecem oficialmente, era accionista do BESA com 18,99% do capital mas perdeu tudo no âmbito do plano de recapitalização do banco. Completavam a lista do accionistas do antigo BESA o português Banco Espírito Santo, com 55,71%, a Portmill, com 24% e accionistas individuais, com 1,3%, que também viram reduzidas as suas participações a zeros. (expansao.ao)