Porta de passagem da ligação rodoviária entre a província de Malange e a região Leste do país, nos últimos quatro anos, o município do Cacolo, na província da Lunda-Sul, tem vindo a revelar sinais de prosperidade. A alavanca deste desenvolvimento tem as iniciais do Fundo de Gestão Municipal. Criado em 2009, o programa é tido pelas autoridades locais como o ponto de partida dos investimentos em curso no município e de uma nova vida para a população.
Durante anos, Cacolo, um dos quatro municípios da província da Lunda-Sul, esteve desprovido de investimentos públicos. Vivem-se agora outros tempos e as obras de que tem vindo a beneficiar fazem a região ocupar o seu verdadeiro lugar na geografia do país e a população sentir os efeitos da melhoria das condições de vida. Escolas, residências, unidades hospitalares e policiais, e estradas, foram construídas ou recuperadas e os munícipes começaram a poupar tempo nas deslocações.
Residente em Cacolo, João Ma-yuke sentiu várias vezes os efeitos decorrentes dos buracos que desfiguravam a Estrada Nacional 230, que liga as cidades de Malange e de Saurimo. Recorda que muitos automobilistas evitavam percorrê-la e aqueles que insistiam acabavam por travar uma espécie de batalha para a transpor, devido ao seu estado de degradação.
Funcionário público, nem mesmo nos períodos difíceis João Mayuke desistiu de viver no município de onde é natural. Por isso, neste momento, sente-se um verdadeiro vencedor por poder testemunhar a viragem da sua terra rumo ao desenvolvimento.
“A estrada foi recuperada e hoje levamos entre hora e meia a duas para chegar a Saurimo. Além disso, conseguimos movimentar-nos com rapidez para cidades como Malange, Ndalantado e Luanda”, adiantou entusiasmado.
Camionista há oitos anos, Rosário Sabalo considera que as actuais condições da estrada lhe tornaram a vida mais fácil.
Antes, os camiões com mercadorias provenientes de Luanda levavam uma a duas semanas para chegar a Cacolo. Agora, a viagem pode ser feita num dia.
Com uma população estimada em 76 mil habitantes, Cacolo é terra de gente de olhos apontados para a agricultura, pesca e caça. O administrador municipal adjunto, Zaione Xaxier Muloueno, não tem dúvidas que os sinais de prosperidade são visíveis e garante que as autoridades têm projectos para construir mais infra-estruturas. O plano de encargos contempla a reabilitação das estradas secundárias e terciárias, as pontes, a casa da justiça e também o ampliar da oferta de serviços sociais aos habitantes, como é o caso do Balcão Único do Empreendedor.
Luís Mendes, comerciante, confirmou à reportagem do Jornal de Angola que a melhoria das vias estimulou as trocas comerciais e possibilitou o aumento de um para seis estabelecimentos comerciais. Os donos dos camiões baixaram o frete e os preços dos produtos também sofreram um decréscimo. Viaja no passado e elogia as mudanças.
“Antes, as trocas comerciais de uma localidade para outra eram feitas com muita dificuldade. Desde que as estradas foram reabilitadas, a circulação rodoviária aumentou como nunca”, disse, visivelmente emocionado.
Educação ganha vida
Longe de qualquer acordo com os dias de inoperância, o sistema de ensino tem vindo a ganhar vida com a construção de imóveis e o aumento das competências dos professores. Josefa Manuel é estudante e regista com satisfação o surgimento de novas escolas e todos os passos que são dados para aumentar a qualidade do ensino.
Depois de durante vários anos dispor apenas de duas escolas, cada uma apenas com uma sala, em três anos, o município passou a ter seis de construção definitiva, o que perfaz, aproximadamente, 80 salas. No presente ano lectivo, estão matriculados 19 mil alunos no ensino primário e no primeiro ciclo. A par disto, novos professores entraram no sistema de ensino e os casos de alunos fora do sistema de ensino diminuíram.
Por iniciativa própria, há pessoas que dão o seu contributo para erradicar o analfabetismo. Isabel Zita é um bom exemplo disso. Alfabetizadora há quatro anos, graças a ela centenas de adultos venceram a “difícil convivência” com o mundo das letras. Actualmente, o projecto tem matriculadas cerca de 40 mulheres.
Como a iniciativa tem despesas, para a levar por diante conta com o apoio das autoridades locais. A alfabetizadora não esconde a sua alegria por ajudar muitos adultos a dominarem a técnica da leitura e a caminharem, por isso, com mais autonomia e liberdade. “Fico triste quando vejo adultos que não sabem ler e escrever. Isso deixa-me triste e faz aumentar a minha paciência e amor para os ensinar”, afirmou.
Escassez de água
Ao contrário do que acontece, por exemplo, no município vizinho da Muconda, a população de Cacolo enfrenta dificuldades quanto ao abastecimento de água. José António lamenta o facto de o município nunca ter tido água canalizada e que a situação se arraste há anos.
Como consequência, muitas pessoas acabam por ir buscá-la ao rio Cacolo, que fica a uma distância de três quilómetros. Paradoxalmente, a escassez de água não afecta as localidades de Alto Chicapa, Cucumbi e Sachengue, as três comunas que compõem o município. O sistema de abastecimento de água de que beneficiam foi inaugurado no ano passado.
A escassez de água em Cacolo é colmatada com a ajuda dos camiões cisternas. No entanto, além de não aparecerem todos os dias, quando aparecem dificilmente conseguem suprir a necessidade.
O sector da energia ainda está muito distante daquilo que é desejo da administração local. O défice tem sido resolvido com fontes alternativas: dois grupos geradores com capacidade de 375 e 250 KVA garantem energia eléctrica na sede municipal das 18h00 às 00h00. O administrador municipal adjunto, Zaione Xaxier Muloueno, informou que já foram dados passos no sentido de ser construída uma mini hídrica.
Habitação social
O programa habitacional que abrange 200 residências por município também está enraizado no Cacolo e mais de 60 por cento delas estão em fase de acabamento. O administrador adjunto afirma sem hesitações que o município está em franco desenvolvimento em todas as áreas. “Quem hoje chega ao Cacolo não fica indiferente ao verificar as infra-estruturas que foram erguidas. Em quatro anos muita coisa melhorou”, destaca.
Marta Silvestre, da congregação das irmãs consoladoras de Jesus, considera que apesar do muito que há por fazer, o município está a passar por uma transformação que deixa a população optimista quanto ao futuro.
“Recentemente, recebemos o centro de saúde, temos a Maternidade e o Hospital Municipal com capacidade para 30 camas e enfermidades como a malária e as sexualmente transmissíveis diminuíram”, disse.
A reconstrução leva tempo e a consciência disso está bem expressa nas declarações do soba do município, que pede paciência, coragem e esperança aos munícipes.
Pinto Kayumbo considera que as diversas infra-estruturas que foram e continuam a ser erguidas apagaram a má imagem do passado. O caminho a percorrer é longo e o soba enaltece a política de governação, mas deixa uma chamada de atenção para que seja revista a questão do défice de água e a reabilitação das vias secundárias. Depois disso, o Cacolo não vai, certamente, parar de crescer.
Fonte: JA
Olá amigos,
Estive como militar no Cacolo, no ano de 1973/1974.
Fico muito feliz por ver o progresso desse município.
Meus cumprimentos,
Tomas Gonçalves
Olá amigos,
Estive como militar em 1973/74, no Dala, Luma Cassai, Alto chicapa e por fim no Cacolo.
Fico muito feliz, por saber do progresso desse município.
Por favor dêem notícias.
Meus cumprimentos,
Tomas Gonçalves