O ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, referiu na segunda-feira, em Luanda, que as acções do Tribunal Penal Internacional (TPI) têm sido com maior incidência contra os estados ou personalidades africanas ou de regiões menos favorecidas.
Neste sentido, referiu-se à intenção de retirada do mesmo por parte da África do Sul, Namíbia, Quénia e muitos outros países africanos que igualmente pretendem abandona-lo por este ter provado ser um tribunal virado apenas para condenar ou africanos ou países menos fortes.
O ministro, que falava à Televisão Pública de Angola (TPA), em “Grande Entrevista”, realçou, por este facto, não ser muito bom, do ponto de vista do direito.
“Por exemplo, se olharem para o caso do Presidente Laurent Gbagbo, que o TPI não consegue construir um caso contra ele, mas o mantém lá, e isto é só um dos exemplos das acções do mesmo”, disse.
Caso se venham a concretizar estas ameaças, disse, o tribunal vai se desmoronar, “porque se a maior parte dos africanos se retirarem não haverá muita base para poder sobreviver”.
Ressaltou ainda que se olharmos para os grandes crimes ocorridos, na sua maioria não foram os africanos que os cometeram, como são as grandes guerras, a exemplo da Líbia, Iraque, entre outros, “então não pode haver um tribunal que julgue alguns, de uma certa forma, e ignore outros”.
Por este facto, o ministro considera existir um preconceito criado particularmente pelo mundo ocidental, no qual se tenta culpar os africanos por tudo. (Angop)