Milhares de estudantes, professores universitários e profissionais da área da saúde se manifestaram em Argel nesta terça-feira, pedindo a renúncia do presidente argelino Abdelaziz Bouteflika, enquanto um novo grupo formado por ativistas e figuras da oposição pediu que o Exército não interfira no movimento.
Na primeira mensagem pública direta a generais emitida por líderes que emergiram após quase um mês de protestos em massa contra Bouteflika, a Coordenação Nacional pela Mudança disse que os militares devem “desempenhar seu papel constitucional sem interferir na escolha do povo”.
Bouteflika, que tem governado a Argélia por 20 anos, cedeu a manifestantes na semana passada ao anunciar que não irá se candidatar a um novo mandato. Mas, não renunciou ao cargo e disse que permanecerá no governo até que uma nova Constituição seja adotada, efetivamente prorrogando seu atual mandato.
Suas medidas não têm reduzido em nada as manifestações, que chegaram ao auge na sexta-feira, quando centenas de milhares de manifestantes tomaram as ruas de Argel, e que tem se estendido para esta semana.
“Nós não vamos parar com a nossa pressão até que ele (Bouteflika) vá embora”, disse o estudante Ali Adjimi, de 23 anos. “A população quer que você saia”, dizia um cartaz. Outros entoavam “a população e o Exército são um só”.
O presidente de 82 anos tem sido raramente visto em público desde que sofreu um derrame em 2013, e manifestantes dizem que ele está muito velho e fraco para governar.