O governador da província de Malanje, Norberto dos Santos “Kwata Kanawa”, defendeu nesta quinta-feira, nesta localidade, a possibilidade de rentabilização das Quedas de Calandula, para a arrecadação de receitas para os cofres do Estado e consequentemente contribuir na diversificação da economia na região.
Falando no acto provincial do 4 de Fevereiro, data do início da luta armada de libertação nacional, o dirigente precisou que essa medida passa por pela implementação da proposta da administração municipal de criação de uma portagem no acesso as Quedas, incentivando o pagamento de alguma taxa aos turistas, já que a área é frequentada sem gerar receitas.
Disse que não basta ter as Quedas como beleza, mas é preciso pensar no que fazer para a sua rentabilização, a semelhança do que acontece noutros países do mundo que adquirem receitas a partir do turismo, para além de que a actual crise económica internacional, assim exige.
Apontou também a necessidade de desassoreamento das Quedas, com vista a se melhorar o curso da água e alargar o leito do rio, por formas a se conferir uma melhor vista das suas belezas.
Norberto dos Santos destacou, por outro lado, o pólo de desenvolvimento turístico de Calandula, criado a cerca de cinco anos por decreto presidencial, como ponto assente para a geração de recursos financeiros para a província e o país, uma vez que o projecto prevê investimentos nos domínios do turismo e da hotelaria no mesmo município.
Acrescentou que o país atravessa uma fase crítica da economia que obriga a todos os cidadãos produzirem para se acabar com a dependência do petróleo, razão pela qual, os cidadãos comuns e as forças armadas e da ordem, devem também pegar em enxadas para o cultivo.
O município possui enormes recursos naturais, com destaque para as Quedas de Calandula, de Mbango-anzenza e de Musseleje, entre outros atractivos que deram lugar a criação do Pólo de desenvolvimento turístico da região.
As Quedas de Calandula (Rio Lucala), possuem 105 metros de altura e 405 de largura e ficam a dois quilómetros da sede municipal, e são a segunda maior de África, depois das Cataratas Victória localizadas no rio Zambezi, na Zâmbia (Parque Nacional Mosi-Oa-Tunya), perto da fronteira com o Zimbabwe.
Calandula chega a ser a zona turística mais frequentada da província de Malanje e de referência nacional e internacional, constituindo também parte das sete maravilhas de Angola.
Faz também parte da região da Baixa de Cassanje, através das localidades de Jinguissa, Nguingui e Luquiunje (comuna do Cuale) e é detentor do pólo de desenvolvimento turístico que abrange uma área de 20 quilómetros de superfície de reserva fundiária, destinados a construção de zonas económicos, com vista a dinamização do turismo interno, fruto das suas diversas potencialidades económicas que o município apresenta.
Calandula foi elevada a categoria de Vila a 2 de Setembro de 1929, por força da portaria Nº 449 publicado no boletim oficial da colónia de Angola. Faz fronteira com as comunas de Micanda e Lombe, municípios de Cahombo e Cacuso.
O município de Calandula conta com uma população de 72 mil habitantes, distribuídos pelas comunas do Cota, Cuale, Kinje e Cateco-cangola, ocupando uma extensão de 7 mil e 37 quilómetros quadrados.
A população vive da agricultura, dedicando-se principalmente do cultivo da mandioca, amendoim e batata doce, para além da pesca e caça. (ANGOP)