Uma comunidade que agradece a ajuda do Fundo das Nações Unidas para População – UNFPA e olha para o futuro com esperança: “Agora trabalho com mais segurança”, afirma a técnica Adelaide Simão, que vê a chegada dos insumos oferecidos pelo UNFPA com “grande satisfação”.
Adelaide é uma jovem de 19 anos de idade, que trabalha como enfermeira na província do Cuando Cubango e vive no dia-a-dia as dificuldades impostas pelas condições adversas da pandemia, agravadas pela seca naquela região. Terra do Progresso como é agora conhecida a então “Terra do Fim do Mundo”, pelas condições socioeconómicas desfavoráveis que a caracterizavam, Cuando Cubango vai renascendo aos poucos, apesar da estiagem que provoca efeitos nocivos às actividades produtivas, como a agricultura e pecuária, com forte impacto negativo na segurança alimentar, acesso à educação e saúde.
Apesar das adversidades vividas e pondo em risco à própria vida, Adelaide é uma das heroínas que, mesmo sem todas as condições de biossegurança, não deixou de cumprir com zelo a sua função de enfermeira no Centro de Saúde da Tchivonde. Para quem pensa que só as grandes cidades sofrem com a COVID-19, a verdade é que a pandemia chegou também às aldeias e bairros mais isolados no país, como Tchivonde, a 30 km de Menongue, no Cuando Cubango, que o UNFPA Angola apoiou com a doação de material de biossegurança. Percebendo as necessidades do grupo, o UNFPA implementou um plano de ajuda à população daquela região, da qual Adelaide é beneficiária e sente-se bastante feliz com o apoio “Esta ajuda é uma lufada de ar fresco, estamos bastante satisfeitos, porque agora podemos responder significativamente algumas carências”.
O centro de saúde de Tchivonde foi o primeiro contemplado pelo programa do UNFPA, na região. Vicelino Calei é director desta unidade sanitária e confirma que a “falta de materiais” pressupõe “um risco muito grande” para os técnicos de saúde, que “fazem curativos sem protecção. A “quebra, carência e a rotura do estoque destes medicamentos” é um problema real na província, sobretudo em tempos de pandemia, confirma o Director do Gabinete de Saúde do Cuando Cubango, João Chinga.
O material de biossegurança que o UNFPA doou entre Abril e Dezembro 2020 ao governo do Cuando Cubango – viseiras faciais, luvas, máscaras, sabão, álcool-gel, entre outros – vem agora reforçar a prevenção contra a infecção do coronavírus. Uma “mão caridosa”, que “chegou em boa hora, no momento certo”, confirma João Chinga.
Os profissionais de saúde de Tchivunda agradecem. “Trabalho agora com mais segurança”, confirma a técnica Adelaide Simão, que vê a chegada dos insumos com “grande satisfação”. Também a enfermeira Avelina Tchimuni reconhece que “este material que veio através do UNFPA” vai ajudar a equipa a “trabalhar melhor com os pacientes”.
Esta campanha no Cuando Cubango é parte de uma acção mais abrangente do UNFPA Angola, que beneficia também as províncias do Cunene, Huíla e Namibe. Coríntios Miguel, Director do Gabinete Provincial de Saúde do Namibe, é de opinião que “estes gestos do UNFPA demonstram mais uma vez essa solidariedade, e que todos estamos juntos na luta contra o Covid-19”.
Para além de material de biossegurança, o UNFPA distribui também nestas províncias, kits de saúde reprodutiva (materiais para o parto seguro, medicamentos, teste de VIH, entre outros) e os chamados kits de dignidade (pensos, sabonetes, escova de dentes, pasta de dente, panos, lanterna, apito, roupa interior, detergente, saboneteiras, balde de 20 litros, pente e sacola) que já foram entregues a mais de 4 mil jovens.