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    Luvo, a “porta” preferida dos imigrantes ilegais

    Nos últimos dias, cidadãos da República Democrática do Congo (RDC) e também alguns angolanos adoptaram um novo modus operandi para violar a fronteira do Luvo, encerrada a 27 de Março devido ao surgimento da pandemia da Covid-19.

    Com a ajuda de cidadãos nacionais residentes na orla fronteiriça, os imigrantes ilegais disfarçam-se de camponeses para ludibriarem as forças de defesa e segurança destacadas na fronteira do Luvo.

    Guilen Mateni, 39 anos, é cidadão da República Democrática do Congo (RDC). À nossa reportagem, conta ter entrado em Angola com um salvo-conduto, um documento que permite ao estrangeiro transpor a fronteira nacional e permanecer no país por um curto período de tempo.

    Ele alegou ser comerciante e que o encerramento das fronteiras, por força da pandemia da Covid-19, impossibilitou o retorno à RDC, tendo, por isso, se disfarçado de camponês para enganar as forças de defesa e segurança, mas foi prontamente descoberto.

    Já Mateus Chavula, 48 anos, é angolano e reside no bairro Boa Esperança, arredores da sede comunal do Luvo. Conta que, no dia 27 de Março, quando foram encerradas as fronteiras nacionais, estava em tratamento médico na RDC. Sem dinheiro para tratar a hérnia, justificou, decidiu violar a cerca sanitária nacional para vender dois bidões de 25 litros de óleo de palma.

    “Sofro de uma hérnia e preciso de dinheiro para o tratamento. Por isso, comprei dois bidões de 25 litros de óleo de palma na RDC para revender aqui em Angola. Passei pelo controlo da Polícia, dizendo que estava ir á lavra, mas no meu regresso fui detido”, referiu.

    Uma operação da Polícia de Guarda Fronteira permitiu a detenção de 16 cidadãos angolanos, que exercem actividade agrícola ao longo do perímetro fronteiriço, por supostamente auxiliarem e promoverem a imigração ilegal na região, a troco de dinheiro.

    “Eles conhecem bem essas matas, pelo que conseguem arranjar caminhos ‘fiotes’, onde fazem passar os estrangeiros”, lamentou um oficial da Polícia de Guarda Fronteira, sob anonimato.

    “Houve casos em que duas pessoas passaram pelo controlo policial, a caminho da lavra, às 8h00, e no regresso, por volta das 20h00, o grupo aumentou para seis. Eles geralmente entregam a roupa aos infiltrados. O mais grave, é que falam a mesma língua e possuem os mesmos traços físicos. Esta situação tem dificultado o nosso trabalho”, lamentou.

    Os camponeses nacionais detidos, cuja cidadania nacional foi confirmada pelo regedor da comuna do Luvo, foram soltos, depois de serem sensibilizados, no sentido de evitarem contactos com os cidadãos da RDC, pelo facto de haver circulação comunitária do novo coronavírus naquele país.

    Recentemente, um total de 23 cidadãos, dos quais 12 angolanos e 11 congoleses democráticos, foi detido no posto fronteiriço do Luvo, a cerca de 65 quilómetros de Mbanza Kongo, por violação da cerca sanitária nacional.

    O Jornal de Angola apurou que os cidadãos estrangeiros foram repatriados para o país de origem e os angolanos colocados em quarentena institucional na cidade de Mbanza Kongo.

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    FonteJA

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