Sitani Vieira, inventor da Casa de Ferro do Morro Bento, em Luanda, quer que o Governo apoie os talentos para evitar estagnação. Vieira decidiu ‘despachar’ o seu projecto, onde já ‘torrou’ mais de um milhão de dólares.
Desde 2001 que vem sendo erguido a base de ‘pipe lines’ usados na indústria petrolífera mas a incapacidade financeira, para concluir a obra está na origem da decisão, para além “da necessidade de voltar a Cabinda”, sua terra natal, onde quer passar os anos da reforma.
Para a conclusão do projecto “não falta muita coisa”. Aliás, trata-se de “um projecto único em Angola e no mundo” que tinha sido indicado para um concurso internacional de inventores na Etiópia, em 2002. “A casa está muito avançada, ou seja, 90 por cento da obra está feita, e carece apenas de alguns acabamentos, o que não está sendo fácil devido aos constrangimentos financeiros”, lamenta Sitani Vieira.
A ‘Casa de Ferro’ foi por ele concebida e quando o esboço foi levado a um arquitecto, este pensou que se tratava de um colega, quando Vieira é apenas um mecânico auto. “Sou um inventor, a marca é exclusivamente minha. Por isso, penso que o Governo devia apoiar as pessoas com talento, capazes de contribuir com o seu saber para o desenvolvimento”, afirma o sexagenário, com uma vida repleta de façanhas.
O edifício assemelha-se a uma plataforma petrolífera, ou mesmo um navio em alto mar. Possui vários compartimentos na sua estrutura de um piso, e tem uma resistência para lá de 100 anos.
Várias entidades que já a visitaram ficaram maravilhadas com a sua estrutura arquitectónica, sugerindo que a obra devia ser preservada para bem da cultura e do turismo nacional. Uma destas figuras é o malogrado general Kinjinje que gostaria de ‘arrastar’ o projecto para o património nacional.