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    Líderes religiosos moçambicanos denunciam exclusão da Renamo de comemorações do Acordo de Paz

    Afonso Dhlakama em Nampula (VOA)
    Afonso Dhlakama em Nampula (VOA)

    Lideres religiosos em Moçambique dizem que a exclusão da Renamo das celebrações assinalando a passagem do vigésimo segundo aniversário do Acordo Geral de Paz mostra que o processo de partilha de espaços comuns e de convívio entre os moçambicanos ainda tem muitas lacunas.

    A Renamo pôs em causa a imparcialidade das missões de observação das eleições do próximo dia 15 em Moçambique, que integram dirigentes religiosos, acusando-os de falta de idoneidade.

    António Muchanga, porta-voz de Afonso Dhlakama, disse que era expectativa da Renamo, que a celebração do 4 de Outubro deste ano fosse uma garantia de que os moçambicanos estão de mãos dadas rumo ao desenvolvimento harmonioso do país, considerando o valor jurídico e simbólico dos acordos assinados com o Governo.

    Para Muchanga, este gesto “foi manchado pelas más práticas dos organizadores das celebrações”, entre os quais se destaca o Conselho Cristão de Moçambique.

    O bispo auxiliar de Maputo, Dom João Carlos Nunes, diz que a Igreja Católica e outras confissões religiosas têm tido um papel fundamental no processo de pacificação em Moçambique, mas afirma que, neste caso, a Renamo tem razão.

    Segundo aquele dirigente da Igreja Católica, “é importante que nas celebrações públicas que ocorrem no país envolvamos todos os moçambicanos, e quando eu digo que há lacunas é porque, de facto, o processo de vivências, de partilha de espaços comuns e de convívio entre os moçambicanos, não está muito consolidado e tem muitas lacunas”.

    Por seu turno, o reverendo Dinis Matsolo, antigo secretário-geral do Conselho Cristão de Moçambique e um dos dirigentes do Observatório Eleitoral, que integra diversas organizações religiosas e da sociedade civil, disse que se a Renamo tivesse participado nas celebrações do Dia da Paz, seria um ganho no contexto da aplicação do acordo sobre a cessação das hostilidades militares.

    “Se nestes eventos participassem todos os interessados, sobretudo os signatários do Acordo Geral de Paz, o processo de pacificação ficaria mais completo”, disse Matsolo.

    Entretanto, o sociólogo Lucas Matsinhe afirma que as queixas da Renamo fazem sentido, “mas isso não é motivo suficiente para duvidar da imparcialidade de todas as missões de observação eleitoral, sobretudo tendo em conta o seu papel na pacificação de Moçambique”.

    O Governo diz que as celebrações foram organizadas pelo Conselho Cristão de Moçambique. (voa.com)

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