O enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, apresentou a sua demissão, que será efetiva a partir de finais de maio, anunciou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Brahimi “deixará as suas funções a 31 de maio”, declarou Ban Ki-moon, numa conferência de imprensa conjunta com o diplomata argelino.
“É com profundo pesar que (…) decidi aceitar o pedido de Brahimi”, referiu Ban Ki-moon, precisando que o sucessor do diplomata argelino, de 80 anos, ainda não foi escolhido.
“Dêem-me tempo para encontrar a pessoa certa”, declarou o secretário-geral da ONU.
Lakhdar Brahimi assumiu o cargo em 2012, sucedendo ao antigo secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan.
Na conferência de imprensa, realizada na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, Brahimi afirmou estar “muito triste por deixar o cargo, e a Síria, numa situação tão má”.
Ao lado do diplomata argelino, Ban Ki-moon criticou as duas fações na Síria, o governo de Damasco e a oposição armada, por “não terem conseguido” colocar um fim no conflito civil.
“Exorto-os a pensar novamente sobre o seu futuro, é o seu país, é o seu futuro”, insistiu o secretário-geral.
As Nações Unidas “estão lá para ajudá-los”, reforçou Ban Ki-moon, reconhecendo no entanto que, até à data, a organização “não tem sido capaz de fazer progressos no sentido de uma solução política” para o conflito na Síria.
“Pensei que poderíamos alcançar, mas devido às divisões, não conseguimos fazer qualquer progresso em três anos” de conflito, lamentou o representante.
Ban Ki-moon elogiou os esforços diplomáticos de Brahimi, nomeadamente a organização das negociações em Genebra, e a “grande paciência e perseverança” do argelino, apesar de uma missão que qualificou como “quase impossível”.
O conflito na Síria já fez mais de 150.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados desde março de 2011. (euronews.com)