Kiluanji Kia Henda defendeu ontem, em Luanda, a importância de serem criadas mais galerias no país, para permitir um maior intercâmbio entre os criadores e possibilitar a venda das obras dos mesmos.
Do seu ponto de vista, para existir um maior desenvolvimento e ampliação das artes em Angola é fundamental existir todo um trabalho de valorização e promoção das obras produzidas pelos artistas nacionais.
O artista salientou que foi uma grande surpresa e motivo de orgulho ter sido eleito vencedor do prémio Nacional de Cultura e Arte, na categoria de Artes Plásticas, pelo conjunto da sua obra, representada frequentemente em mostras fotográficas internacionais, que realçam o actual contexto da arte contemporânea angolana, assim como pelo seu reconhecimento no panorama artístico mundial. Neste momento, Kiluanji tem em carteira um projecto, a ser desenvolvido até Maio do próximo ano, no Namibe, com o intuito de retratar a diversidade cultural da província e do deserto. Entretanto, está a participar, em simultâneo, desde Agosto, em duas exposições colectivas internacionais no México e em França, denominadas “O amanhã já esteve aqui”, patente até 27 de Janeiro, no Museu Tamayo, na Cidade do México, que é uma das sete exposições de reabertura daquele espaço, que beneficiou de obras de restauro e ampliação.
“Estou a participar, nesta exposição com um quadro, composto por oito fotografias e uma maqueta intitulada ‘Icarus 13’, que é uma subtil, bem-humorada e subversiva crítica, baseada na expedição ‘Icarus 13’, a primeira nave espacial a chegar ao Sol”, frisou.
A obra já esteve exposta em mostras de nove cidades, com destaque para a 29ª Bienal de São Paulo e III Trienal de Guangzhou, China, onde foi apresentada pela primeira vez.
O vencedor do prémio Nacional de Cultura e Artes participa, até 9 de Dezembro, na terceira edição da Bienal de Arte Contemporânea de Rennes, França, “Les Prairies”, concebida este ano com base no tema “O pioneiro: figura de conquista e herói de uma história da modernidade”.
“Les Prairies” tem a participação de 50 artistas de vários países. Kiluanji apresenta nesta bienal a série de retratos “Redefining The Power III” e “Balumuka-Ambush”, que fazem parte do projecto “Homem Novo”, apresentado pela primeira vez na secção “Art Statement”s, na Basel Art Fair, da Suíça, e é, na opinião do artista, uma leitura das mudanças de poder e a sua relação com os espaços públicos.
Fonte: JA
