O julgamento da célula portuguesa de Leyton, bairro do leste de Londres, foi adiado para 15 de Setembro. Esta terça-feira realizar-se-ia a primeira sessão no Tribunal Judicial de Lisboa, no Campus da Justiça, em Lisboa, mas o juiz Francisco Coimbra mudou a data depois de Anabela Figueiredo, advogada de um dos oito suspeitos, Cassimo Ture, ter considerado “ilegal” que o processo se iniciasse sem que fosse esgotado o período de contestação, que dura mais uma semana.
Cassimo Ture, 45 anos, reside em Londres, onde trabalha como empregado de limpeza, e chegou esta manhã ao tribunal de cara tapada, sem prestar declarações. Está com termo de identidade e residência.
Situação diferente tem Rómulo Costa, que está em prisão preventiva desde Junho de 2019, altura em que foi detido numa visita a Portugal. O advogado deste arguido, Lopes Guerreiro, garante que o seu cliente é “inocente” e que vai reforçá-lo perante o colectivo de juízes, no próximo dia 15. Para Lopes Guerreiro, Rómulo só está acusado por ser irmão de dois dos jihadistas portugueses, Celso e Edgar Rodrigues da Costa.
“O único facto é a existência de dois irmãos”, reforça o advogado, para quem o que o Ministério Público tem são “especulações, suposições, convicções”. E deu o exemplo da linguagem cifrada nas conversas telefónicas entre os irmãos, que não desmentiu, mas que reforçou que pode ter diversos entendimentos.
À saída, depois de conhecido o adiamento, Lopes Guerreiro afirmou ainda que Rómulo não fala com os irmãos desde 2016. Ambos estão dados como desaparecidos em combate.
Ao contrário do que aconteceu no julgamento do alegado hacker Rui Pinto, onde era visível o aparato de segurança, esta terça-feira havia apenas uma dezena de agentes da PSP no Campus da Justiça a fazer um perímetro de segurança à volta do tribunal.
PROCESSOS SEPARADOS
Cinco dos oito arguidos estão em parte incerta e foram dados como contumazes [pessoas que estão em parte incerta e são procuradas pelo sistema judicial]. São eles Sadjo Ture, irmão de Cassimo, os já referidos irmãos de Rómulo, Celso e Edgar, e um sexto elemento, e também o mais importante, Nero Saraiva, que foi detido pelas forças curdas na Síria.
O tribunal confirmou que tentou notificar os seis, sem sucesso. Como tal, serão julgados num processo à parte, ainda sem data.