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    Jeremy Hunt procura resgatar acordo nuclear com o Irão

    O ministro britânico dos Negócios Estrangeiros pretende apresentar uma proposta para salvar o acordo nuclear com o Irão e aliviar as tensões no Golfo.

    Jeremy Hunt e ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia vão reunir-se em Bruxelas para discutir a questão do Irão.

    As tensões com o Irão, fundamentalmente com os Estados Unidos, têm aumentado depois de a Administração Trump se ter retirado em 2018 do acordo nuclear e, consequentemente, imposto sanções a Teerão. O Irão começou entretanto a quebrar o compromisso, ultrapassando os limites do enriquecimento de urânio.

    Após a apreensão de um navio petroleiro iraniano pela marinha britânica, no início de julho, as tensões intensificaram-se ainda mais.

    O Reino Unido, escreve a RTP, apreendeu o petroleiro iraniano, na costa do território de Gibraltar, por suspeitar que o Irão estaria a transportar petróleo para a Síria e, dessa forma, a violar as sanções da UE contra a Síria.

    Este sábado, o Irão voltou a exigir a libertação do navio, afirmando que não transportava petróleo para a Síria. No mesmo dia, Jeremy Hunt prometeu a libertação do navio se o Irão desse garantias de que o destino do Grace 1 não era a Síria.

    O ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido revelou, no Twitter, que telefonou ao homólogo iraniano, Mohammad Javad Zarif, e que a conversa foi “construtiva”.

    “Assegurei-lhe que nossa preocupação era o destino e não a origem do petróleo do Grace 1 e que o Reino Unido facilitaria a libertação se recebêssemos garantias de que não ia para a Síria, seguindo o devido processo nos tribunais de Gibraltar”.

    Entretanto, os três signatários europeus do acordo nuclear, Reino Unido, França e Alemanha, reuniram-se este domingo com o objetivo de impedir a intensificação das tensões com o Irão e de retomar as conversações no sentido de manter o acordo nuclear iraniano de 2015.

    Num comunicado conjunto, os três países expressaram a sua preocupação relativamente às tensões entre o Irão e os EUA e reiteraram o apoio ao acordo.

    “Estamos preocupados com o risco de que o acordo não seja cumprido, sob a pressão das sanções impostas pelos Estados Unidos e após a decisão do Irão de não aplicar mais várias das normas centrais do acordo”, lê-se no comunicado.

    Londres, Paris e Berlim dizem ainda estar “extremamente preocupados com a decisão do Irão de armazenar e enriquecer urânio além dos limites autorizados”.

    Além disso, estes “três países estão profundamente perturbados pelos ataques que presenciamos no Golfo Pérsico e com deterioração da segurança na região”. Por isso, “acreditamos que chegou o momento de agir de maneira responsável e de encontrar formas de parar a escalada de tensão e retomar o diálogo”.

    “Os riscos são tais que é necessário que todas as partes interessadas façam uma pausa e considerem as possíveis consequências de suas ações”, apelam os três signatários europeus.

    Reiterando a vontade de manterem o acordo nuclear, os três países pretendem continuar a “explorar as vias de diálogo previstas no acordo para abordar a conformidade do Irão” e no sentido de encontrar uma solução, continuar a encorajar todas as partes interessadas, ”no interesse da preservação da paz e segurança internacionais”.

    A Grã-Bretanha, a França e a Alemanha estão a tentar intervir para evitar que a crise nas relações com o Irão se transforme num conflito armado.

    O foco deste comunicado conjunto é a necessidade de tentar preservar o acordo nuclear de 2015 que Donald Trump abandonou em favor do aumento das sanções contra o Irão.

    Na reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia que decorre esta segunda-feira, a questão do Irão e a violação dos compromissos do acordo nuclear são pontos em discussão.

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