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    Irão acusa Israel de mandar assassinar cientista nuclear

    O Irão acusou Israel de estar por trás do ataque que matou um dos seus cientistas nucleares mais proeminentes, na sexta-feira, nos arredores de Teerão.

    O cientista Mohsen Fakhrizadeh foi “gravemente ferido” quando os agressores alvejaram o seu carro antes de se envolverem num tiroteio com a sua equipa de segurança, disse o Ministério da Defesa iraniano em comunicado. Os dirigentes iranianos acrescentaram ainda que Fakhrizadeh, que chefiava o departamento de pesquisa e inovação do Ministério da Defesa, foi mais tarde “martirizado”, já que os médicos não conseguiram reanimá-lo.

    Fakhrizadeh, que foi descrito pelo Primeiro-Ministro israelita, Benjamin Netanyahu, como o pai do programa de armas nucleares do Irão, estava a viajar num carro perto da cidade de Absard, no condado oriental de Damavand, na província de Teerão.

    O ministro das Relações Exteriores do Irão, Mohammad Javad Zarif, disse que havia “sérios indícios de um papel israelita” no assassinato do cientista. “Terroristas assassinaram um eminente cientista iraniano hoje”, escreveu Zarif no Twitter.

    “Esta covardia – com sérios indícios do papel israelita – mostra uma guerra desesperada dos seus perpetradores”, acrescentou. Zarif também pediu à comunidade internacional que “acabe com seus vergonhosos duplos padrões e condene este acto de terrorismo de Estado”. O assassinato de Fakhrizadeh ocorre menos de dois meses antes de Joe Biden tomar posse como Presidente dos Estados Unidos.

    Biden prometeu um retorno à diplomacia com o Irão depois de quatro anos conflituosos sob a presidência de Donald Trump, que se retirou do acordo nuclear com o Irão em 2018 e começou a reimpor sanções ao país.

    Trump disse na altura que o negócio conhecido formalmente como Plano de Acção Conjunto Global (JCPOA) não oferecia garantias suficientes para impedir que Teerão adquirisse uma bomba atómica. O Irão sempre negou desejar o acesso a esse recurso nuclear.

    Teerão critica a comunidade internacional

    O ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Mohamad Javad Zarif, exortou, ontem, a comunidade internacional a condenar o assassínio do cientista nuclear Mohsen Fakhrizadeh, considerando “vergonhoso” que se tenham limitado a fazer pedidos de calma.

    O cientista nuclear Mohsen Fakhrizadeh, que segundo o Ocidente e Israel liderou o antigo programa secreto do Irão para desenvolver armas nucleares, foi morto na sexta-feira numa emboscada perto de Teerão e os iranianos responsabilizaram Israel pelo assassínio.

    Diante das reacções internacionais “limitadas e mornas”, o chefe da diplomacia iraniana partiu nas últimas horas para a ofensiva com mensagens no Twitter em vários idiomas: russo, chinês e alemão, além do inglês, que costuma usar naquela rede social. A última mensagem, publicada em alemão, volta a criticar “os vergonhosos padrões duplos” da comunidade internacional, especialmente da União Europeia (UE). Zarif exortou a UE a condenar o assassínio.

    No sábado, a UE classificou o assassínio de “acto criminoso” e pediu “que todas as partes permaneçam calmas e exerçam o máximo de contenção para evitar uma escalada que não pode interessar a ninguém”.

    Na mesma linha, a ONU afirmou que condena “qualquer homicídio ou execução extrajudicial” e pediu “moderação”. Zarif considerou contudo noutra mensagem que o ataque a Fajrizadeh “foi sem dúvida projectado e planeado por um regime terrorista e executado por cúmplices de criminosos”.

    “É vergonhoso que alguns se recusem a opor-se ao terrorismo e se escondam atrás de pedidos de moderação”, disse Zarif. Numa mensagem em russo, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão insistiu que o assassínio é “uma violação do direito internacional e um desrespeito aos princípios humanos e morais”.

    Além disso, numa mensagem em chinês, Zarif pediu a construção de “um consenso diante das tensões na região”, além de condenar o “terrorismo de Estado”, referindo-se a Israel.

    Em Israel, as autoridades recusaram-se a comentar as alegações do Irão, mas alertaram as suas Embaixadas, temendo ataques retaliatórios. O assassínio do polémico cientista só foi fortemente condenado por grupos e países aliados ou próximos ao Irão, como o grupo Hamas, o Hezbollah, a Síria, a Turquia e o Qatar.

    O Irão sempre negou ter um programa secreto para desenvolver a bomba atómica e defende que o seu programa nuclear é civil e pacífico.

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