O Instituto Nacional da Criança (INAC) registou, no período de Janeiro a Agosto deste ano, mais de dois mil casos de violência contra a criança em todo o país.
Segundo dados a que a Angop teve acesso, nesta terça-feira, na lista constam 57 casos de abuso sexual contra menores.
Entre Junho a Agosto, a Linha de Recepção de Denúncia de Violência contra a Criança (SOS – Criança), que atende pelo terminal telefónico 15015, recepcionou 42.067 denúncias de casos de violência contra a criança.
Destes, 575 foram denúncias de abuso sexual à menores, que já foram remetidas às autoridades dos municípios onde residem.
A propósito destes números, a secretária de Estado para Família e Promoção da Mulher, Elsa Barber, que falava na abertura de uma acção de formação de activistas dos direitos da criança, dirigida a mais de 60 mulheres intercessoras, lamentou o facto de crianças de tenra idade estarem mais expostas ao risco de violência física, negligência e abuso sexual que, na sua maioria, são praticados por pessoas próximas e no seio familiar.
Conforme Elsa Barber, para se inverter o actual quadro, o Executivo conta com o apoio de todas as forças vivas, sobretudo das igrejas por serem a reserva moral da sociedade.
Em relação a acção de formação de activistas dos direitos da criança, deu a Associação das Mulheres Intercessoras de Angola ferramenta indispensáveis para melhor exercerem a missão de protecção das crianças.
Elsa Barber avançou que esta formação tornará as formandas em parceiras estratégicas do Governo e activistas dos Direitos da Criança, sobretudo nas comunidades, igrejas e locais de trabalho.
“Estamos a contar convosco, sensibilizem as famílias, idem aos mercados, batam as portas de todos, denunciem a violência contra a criança”, reforçou a responsável.
Em resposta, a presidente da Associação de Mulheres Intercessoras, Filipa Tadeu, disse que estão disponíveis para colaborar com o Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher (MASFAMU), nesta e noutras ocasiões.
A pastora, que considera a criança como prioridade absoluta do Estado angolano, o nível de violência contra à criança é preocupante e enquanto parceiros do governo juntam-se nesta árdua e desafiante tarefa.