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    Greenpeace “ataca” mansão de Sunak devido a novo investimento no petróleo

    Ativistas quiseram embrulhar a casa do primeiro-ministro nas consequências deste novo projeto já descrito como “catastrófico” pelos especialistas climáticos

    Ativistas da Greenpeace cobriram a mansão do primeiro-ministro do Reino Unido, em Yorkshire, com um pano preto em forma de protesto contra a recente decisão de expandir a exploração britânica de combustíveis fósseis no Mar do Norte.

    “Rishi Sunak, os lucros do petróleo ou o nosso futuro”, lê-se num cartaz que os ativistas apresentaram durante o protesto diante da casa senhorial avaliada em mais de 2,3 milhões de euros que o chefe do Governo britânico mantém numa zona rural de Inglaterra.

    Sunak anunciou no último dia de julho a abertura de um concurso para a concessão de centenas novas licenças de exploração de petróleo e gás no Mar do Norte, justificando a medida, numa publicação nas redes sociais, com a alegação de que “Putin transformou em arma o fornecimento global de energia”, provocando “o aumento da fatura das famílias e o desaceleramento económico por todo o mundo”.

    O primeiro-ministro britânico sublinhou a produção de “energia britânica para o Reino Unido” para tornar o país “mais independente em termos de energia”, “baixar os preços da energia” e “fazer crescer a economia”.

    A Greenpeace vê o projeto de independência energética de Sunak de maneira diferente. Acusa o primeiro-ministro de estar a dar “folga fiscal às companhias petrolíferas, permitindo-lhes conseguir lucros obscenos. ”

    “Enquanto isso, o povo britânico está a debater-se com contas de energia incomportáveis. Precisamos de energias renováveis, não de novo petróleo”, lê-se numa das várias publicações nas redes sociais da Greenpeace UK.

    Numa altura em que o planeta sofre um aquecimento excessivo da temperatura média global, havendo estudos já a garantir que a Terra já aqueceu 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, o limite máximo estabelecido no Acordo de Paris para ser alcançado até 2050, o regresso ao investimento nos combustíveis fósseis fez soar os alarmes.

    Com o desfraldar do pano “cor de petróleo” sobre a mansão, numa altura em que Sunak voava para um período de férias na Califórnia, os ecologistas quiseram “levar para a casa” do primeiro-ministro “as perigosas consequências de um novo frenesim de perfuração”.

    Os ativistas da Greenpeace pretendem impedir que o governo britânico aprove o projeto Rosebank, o maior campo de petróleo e gás por explorar no Mar do Norte, o qual será suficiente para ultrapassar o orçamento de carbono estabelecido para o Reino Unido.

    Uma fonte do Governo, contactada pela PA Media, revelou que a polícia foi mobilizada para a mansão de Sunak e assegurou que o executivo vai manter o projeto.

    “Não nos desculpamos por adotar a abordagem correta para garantir a nossa segurança energética, recorrendo aos recursos que temos em casa, para que nunca dependamos de agressores como Putin para obter nossa energia”, afirmou a fonte, citada pelo Guardian, acrescentando estarem também em curso investimentos públicos “em energias renováveis”.

    “A nossa abordagem apoia milhares de empregos britânicos”, sublinhou ainda a referida fonte do Governo.

    Philip Evans, da Greenpeace do Reino Unido, disse precisar “desesperadamente que o primeiro-ministro seja um líder climático, não um incendiário climático”.

    Sunak parece muito feliz em apontar um maçarico para o planeta, se conseguir marcar alguns pontos políticos ao semear a divisão em torno do clima neste país. Isto é de um cinismo inacreditável.
    Philip Evans
    Greenpeace UK

    “Assim como incêndios florestais e inundações destroem casas e vidas em todo o mundo, Sunak está a comprometer-se com uma forte expansão da perfuração de petróleo e gás”, concretiza o ecologista Evans, lembrando que “os especialistas foram claros”: “Não nos podemos dar ao luxo de novas explorações de petróleo e gás”.

    O projeto de Sunak foi descrito como “catastrófico” e, já em 2021, a Agência Internacional de Energia avisou que não poderia haver novas explorações de petróleo, gás ou carvão se o mundo quiser mesmo cumprir os objetivos de emissões zero até 2050.

    Por AP, PA Media, Guardian

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