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    Gradualismo autárquico continua a dividir oposição e MPLA

    O gradualismo e a tutela de mérito continuam a ser os pontos divergentes na discussão do pacote legislativo autárquico angolano, que vai a votação final global no dia 13 deste mês na Assembleia Nacional.

    De acordo com a Lusa, citada pela Sapo24, a conferência de líderes dos grupos parlamentares da Assembleia Nacional aprovou hoje a agenda de duas sessões plenárias para os próximos dias 08 e 13 deste mês, prevendo-se nomeadamente, na última, a votação final global do Projecto de Lei Orgânica sobre a Organização e Funcionamento das Autarquias Locais e do Projecto de Lei da Tutela Administrativa sobre as Autarquias Locais.

    Em declarações à imprensa, o líder do grupo parlamentar do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder), Américo Kuononoka, disse que os trabalhos procuram encontrar o consenso para estas leis possam ser aprovadas por unanimidade.

    “Essa é a ideia, a tendência e o espírito que anima o grupo parlamentar do MPLA, de procurar os consensos”, referiu.

    Grupos técnicos do parlamento angolano estão a trabalhar para fundir duas propostas de leis apresentadas pelos grupos parlamentares da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) – Projecto de Lei Orgânica sobre a Organização e Funcionamento das Autarquias Locais – e da Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE) – Projecto de Lei da Tutela Administrativa sobre as Autarquias Locais – com o diploma submetido pelo executivo angolano.

    “Estamos a trabalhar no sentido do consenso, são leis que vão favorecer a sociedade angolana, os municípios, as autarquias, de tal sorte que não interessa este ou aquele grupo parlamentar fazer aquilo que lhe apraz, estamos a trabalhar no sentido de encontrar uma lei que satisfaça a demanda das futuras autarquias”, sublinhou o líder do grupo parlamentar maioritário.

    Por outro lado, Américo Kuononoka disse que a sua bancada continua a defender o gradualismo para a implementação das futuras autarquias, cujas eleições estão previstas para 2020, em respeito à Constituição.

    “Nós primamos pela legalidade, pelo cumprimento da lei, foram os deputados que aprovaram a lei constitucional em vigor no país, de 2010, foram os deputados que aprovaram o regimento da Assembleia Nacional que é um documento e um manual de orientação de trabalho da Assembleia Nacional, logo, o grupo parlamentar do MPLA como prima pela lei, pelo respeito da Constituição, vai continuar a discutir no sentido que esta lei seja cumprida”, reiterou.

    “Porque o gradualismo que é o doseamento na implementação das autarquias, está na Constituição e não podemos violar a Constituição”, frisou.

    Por sua vez, a vice-presidente do grupo parlamentar da UNITA, Albertina Ngolo, referiu que enquanto o partido maioritário continua a defender que a questão do gradualismo esteja nas disposições gerais principais, a oposição entende que o mesmo venha para as disposições finais e transitórias.

    “Porque pensamos que o gradualismo que se deve defender é ainda o gradualismo funcional para que possamos ter algumas responsabilidades que durante algum tempo sejam ainda exercitadas pelo poder central, mas ao longo de algum tempo, que vamos determinar a depender da especificidade de cada actuação, entre cinco, 10, 15 anos, e quando este período terminar, que o Governo central passe definitivamente essas atribuições para as autarquias”, defendeu.

    Relativamente à tutela administrativa sobre as autarquias locais, a proposta de lei submetida ao parlamento pelo executivo defende a tutela de mérito, ou seja, conferir poder a um órgão tutelar para vigiar os actos que o autarca realiza.

    Sobre este aspecto, o líder do grupo parlamentar do MPLA referiu que também responde a um imperativo constitucional, a ser aplicado de forma transitória.

    “A tutela de mérito é de uma forma transitória, nos primeiros dois ou três anos, as autarquias têm que ser acompanhadas pelo governo central”, disse.

    Já Albertina Ngolo sustenta que deve prevalecer a tutela legal.

    “Defendemos que o governo central tenha como fiscalizador o cumprimento da legalidade nas acções das autarquias locais”, referiu.

    A mesma opinião tem o líder do grupo parlamentar da CASA-CE, André Sebastião, relativamente aos dois pontos fracturantes, defendendo igualmente a implementação ao mesmo tempo nos 164 municípios de Angola e a tutela legal.

    Caso sejam aprovadas estas duas propostas legislativas ficam ainda por discutir e aprovar outras seis propostas de leis do pacote legislativo autárquico.

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