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    Governo do Príncipe quer reforçar autonomia regional

    O presidente do Governo Regional do Príncipe defende a realização de um processo de revisão constitucional para garantir mais autonomia à ilha. José Cardoso Cassandra admite, entretanto, que é difícil executar a medida.

    O presidente do Governo Regional do Príncipe defendeu a necessidade de uma revisão constitucional para reforçar a autonomia da ilha em entrevista à Agência Lusa publicada este domingo (09.06) e citada pela DW África. José Cardoso Cassandra admitiu, entretanto, dificuldades nesse processo perante à actual “crispação política”.

    “Nós dizemos que é urgente avançarmos com uma revisão constitucional para que a autonomia se consolide e para que de facto tenhamos uma autonomia mais ampla, com capacidade de podermos realizar aqui e assumirmos algumas acções”, afirmou.

    Para aprofundar a autonomia da região autónoma, é necessário abrir um processo de revisão constitucional, mas Cassandra admite ser difícil encontrar um consenso.

    “Estamos com uma crispação política desnecessária. Nem sequer compreendo as razões dessa crispação política que se decidiu colocar no país, mas penso que é necessário (…) nós criarmos consensos para fazermos reformas no país e fazer o país avançar”, defendeu.

    Cassandra afirmou que “toda a gente quer fazer [as alterações], mas toda a gente está cheia de medo, porque instalou-se uma desconfiança profunda entre os políticos e ninguém acredita em ninguém”.

    Autonomia limitada

    O governante referiu que a autonomia da região autónoma “é muito limitada”, já que alguns acordos só podem ser feitos pelo Estado. “Estamos a lutar há uns quatro anos com a EDP Renováveis para avançarmos com um projecto de energias renováveis aqui no Príncipe para deixarmos de depender dos combustíveis fósseis. É um problema logístico trazer para aqui gasóleo. O poder central tem dificuldade em perceber isto e leva muito tempo”, relatou.

    Outra preocupação é a ligação submarina de fibra óptica. “O Governo central amarrou o cabo submarino à ilha de São Tomé, o Príncipe não está amarrado. Nunca se pensou no Príncipe como parcela do país para ser amarrado ao cabo submarino. Nós não fazemos a harmonia neste processo de desenvolvimento e o Príncipe sai, de longe, prejudicado com este processo. As dificuldades são acrescidas”, comentou José Cardoso Cassandra. Se houvesse esta ligação, acrescentou, a ilha poderia fazer telemedicina ou cursos online com universidades do exterior.

    “Eu defendo que de facto o país devia olhar para esta questão. A experiência que nós temos do processo de autonomia é boa e tem servido ao país”, afirmou, referindo que o Príncipe tem hoje “os melhores indicadores sociais e económicos em alguns sectores”.

    O presidente do Governo Regional do Príncipe também elegeu a construção de um porto na ilha como “a grande prioridade” nacional para contrariar o isolamento da região autónoma.

    Com cerca de sete mil habitantes, a ilha do Príncipe é servida por via marítima por um pontão onde apenas podem atracar determinados tipos de navios, o que, combinado com o preço das ligações aéreas com São Tomé, torna “muito difícil” a circulação de pessoas e bens, afirmou Cassandra.

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