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    Governador do Moxico defende exploração racional de madeira

    A exploração de madeira no Moxico não têm sido feita de forma racionalizada, denunciou, na quinta-feira, na cidade do Luena, o governador da província, que chama atenção às empresas que exercem a actividade a não colocarem em causa a natureza.

    Gonçalves Muanduma falava num encontro com os responsáveis das empresas de exploração de madeira, realizado sob o lema “Exploração sustentável de madeira para o desenvolvimento da província”.

    O governador defendeu uma maior gestão da fauna e flora, e condenou o abate indiscriminado das espécies existentes. Os temas abordados permitiram identificar as anomalias existentes no exercício desta actividade e observar as leis que regulam a exploração de madeira no país.

    Para o responsável, é preciso que se coloque um ponto final de todas práticas ilegais nesta área, sublinhando que, para isso, cada um deve fazer mais e melhor, para que este bem seja explorado de forma responsável, sem prejudicar o meio ambiente.

    “Esperamos que as empresas de exploração de madeira façam o seu trabalho com responsabilidade, obedecendo o que a legislação em vigor prevê, tendo em conta que a madeira é parte do “nosso ecossistema”, sustentou.

    Por isso, exigiu a todos quanto integram a cadeia de exploração a exercer com maior responsabilidade, quer na exploração, reposição, comercialização quer seja na transformação.

    Às empresas de exploração de madeira, Gonçalves Muanduma apelou a não se preocuparem apenas com o lucro que provém desta actividade, mas que devem também zelar pela formação dos jovens e criação de cooperativas, para a transformação de madeira e geração de empregos para os habitantes.

    “A arrecadação de receitas, por via da exploração de madeira está plasmada na lei e integra, entre outros benefícios, a manutenção das estradas e pontes por onde é transportada e escoada a madeira”, precisou, tendo solicitado aos presentes a investirem na província onde exploram os recursos que os tornam empresários.

    O Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF) no Moxico controla 40 empresas de exploração de madeira.

    O director do Gabinete provincial da Agricultura, Maia Sanjesse, disse que a província conta com 15 serrações e 40 carpintarias em funcionamento. Admitiu que o desenvolvimento desta parcela do território depende, por outro lado, da exploração de vários recursos, destacando os florestais que ocupam a segunda maior reserva de madeira no país.

    O também engenheiro agrónomo alertou que a exploração de madeira deve obedecer os critérios de sustentabilidade, para gerar empregos para a juventude e criar riqueza, e o bem-estar da população.

    Para a presente campanha, o Instituto de Desenvolvimento Florestal IDF no Moxico registou 37 pedidos de licença para exploração de madeira, deste número apenas 15 estão aptos para o exercício da actividade.

    Denúncia pública também foi feita por Dom Tirso Blanco
    Tal como o Governador do Moxico faz agora, o arcebispo do Moxico Dom Tirso de Jesus Blanco voltou, há semanas que denunciou também a exploração indiscriminada de madeira naquela província do Leste do País, realçando que, nos dias que correm, a situação agravou-se consideravelmente necessitando da intervenção urgente dos organismos do Estado para se inverter o quadro actual.

    “Visitei, recentemente, as localidades de Cachicoque e Chicala, aqui mesmo próximo da capital da sede da província, há 35 quilômetros e as estradas estão totalmente degradadas pelos camiões de madeiras que não dão nenhum beneficio às populações e com o agravante de danificar as estradas”, denunciou o prelado católico, bastante interventivo em relação às questões sociais das populações.

    De acordo com Dom Tirso Blanco, embora o comboio passe nestas localidades os munícipes não conseguem apanhar o comboio porque este meio de transporte que deveria facilitar a vida dos cidadãos não para ali por falta de paragens.

    “Por este facto, as populações de Cachicoque e Chicala ficam isoladas por causa da falta de estradas. O mesmo se passa com as populações do Alto Zambeze onde, recentemente, tivemos a oportunidade de mandar lá os missionários para ver em que condições estas populações vivem, em que condições se encontram as estradas e a quantidade de madeira que é explorada na nossa província”, avançou.

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