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    Fórmula 1: o que é o halo e como foi fundamental para evitar mortes trágicas

    O fim de semana de competição nos desportos motorizados ficou marcado por dois violentos acidentes nas corridas de Fórmula 1 (F1) e Fórmula 2 (F2), no Grande Prémio da Grã-Bretanha.

    No domingo, um acidente com o chinês Zhou Guanyu (Alfa Romeo) na primeira volta interrompeu a 10.ª prova do Campeonato do Mundo de F1.

    O carro de Zhou foi varrido pelo monolugar de George Russell (Mercedes), capotando e derrapando ao contrário até embater na barreira que separa a pista da bancada, levando à mostragem da bandeira vermelha, na sequência do acidente que atingiu ainda Alexander Albon (Williams).

    Horas antes, o início da 7.ª prova do Campeonato do Mundo de F2 ficou também marcado por um acidente aparatoso que envolveu Roy Nissany (DAMS) e Dennis Hauger (Prema).

    O incidente de domingo aconteceu quando os dois pilotos disputavam a posição. Nissany forçou Hauger a ir para fora da pista. O norueguês não conseguiu travar com eficácia e foi embater no monolugar do israelita, acabando por ficar por cima do carro do adversário.

    Dois acidentes que não tiveram consequências trágicas, devido à existência do halo.

    O QUE É O HALO?
    É uma barra de titânio em forma de triângulo que fica no topo do cockpit (compartimento destinado ao piloto) do carro e envolve a cabeça do piloto. A estrutura é coberta de fibra de carbono e pesa cerca de sete quilos.

    Foi concebido para suportar um peso até 12 toneladas, o equivalente a, por exemplo, um autocarro londrino de dois andares.

    QUANDO E PORQUE FOI INVENTADO?
    O halo foi projetado com o objetivo de aumentar a segurança dos pilotos depois de terem ocorrido três acidentes mortais no espaço de seis anos.

    Em 2009, Henry Surtees morreu após um acidente numa corrida de F2;
    Em 2014, Jules Bianchi não resistiu aos ferimentos provocados por um acidente no Grande Prémio do Japão – foi a primeira morte de um piloto de F1 desde o acidente mortal de Ayrton Senna, em 1994;
    Em 2015, Justin Wilson morreu após ter batido num muro, numa prova do IndyCar.
    Surtees e Wilson morreram depois de terem sido atingidos na cabeça por destroços de outros carros.

    O halo foi então criado e testado pela primeira vez em 2016 na Fórmula 1, para proteger essencialmente a cabeça dos pilotos de destroços e de capotamento do carro.

    A RESISTÊNCIA À BARRA DE PROTEÇÃO
    O halo demorou algum tempo para ser introduzido, uma vez que muitas figuras do mundo do automobilismo se opuseram à “entrada” da barra de proteção.

    O antigo líder da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, foi uma das personalidades que se mostrou contra o halo.

    “As pessoas não estavam felizes com a estética. Não gostavam que houvesse uma grande barra sobre a cabeça do piloto”, explicou o comentador de F1 Harry Benjamin, à Radio 1 Newsbeat.

    Harry Benjamin disse também que “outro argumento era se estava a afetar a visibilidade do piloto. No entanto, nos últimos anos, as pessoas acostumaram-se”.

    Lewis Hamilton foi um dos pilotos que se mostrou desagradado e disse, em 2016, que o halo era a “modificação de pior aparência” na história do automobilismo.

    No entanto, em 2021 o piloto britânico assumiu que a barra de proteção lhe salvou a vida no Grande Prémio da Itália de F1.

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