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    Faltam escolas na província do Kwanza Norte

    Na província angolana do Kwanza Norte, os encarregados de educação queixam-se da falta de escolas e da qualidade das que existem. O fecho das escolas, devido à Covid-19, comprometeu ainda mais o ensino na região.

    Na cidade de Ndalatando, nos bairros Kipata e Vieta, ainda há várias crianças a estudarem em escolas improvisadas – construídas de chapas de zinco, desde o tecto às paredes. A situação deixa zangados os pais e encarregados de educação.

    Em Ndalatando, capital da província do Kwanza, a DW África falou com o encarregado de educação João Lourenço que se diz preocupado com a suspensão das aulas no país.

    “Passaram praticamente dois meses e sabemos que, quanto menos se lê, aquilo que tem vai diminuindo – sobretudo quando à capacidade de aprendizagem” argumenta.

    As escolas em Angola foram encerradas no dia 24 de Março em virtude da Covid-19. O prazo é prorrogável quinzenalmente, dependendo do desenvolvimento da pandemia.

    Ano lectivo comprometido

    O secretário provincial do Sindicato Nacional de Professores naquela região nordeste de Angola, Domingos Francisco João, mostra-se preocupado com a situação actual que parece ainda longe de ser ultrapassada.

    “Estamos a notar que o aprendizado das crianças já está totalmente distorcido, porque estamos a caminhar para o mês de Junho. Com os casos [de Covid-19] que agora começam a aparecer de forma comunitária, estamos em crer que ainda se vai renovar [o estado de emergência] por mais 15 dias. Então, o ano (lectivo) parece que fica comprometido”, considera

    Domingos João receia que a situação de suspensão das aulas, aliada aos problemas estruturais do ensino, acabe por prejudicar o país a longo prazo.

    “A criança sai da iniciação até ao ensino superior e nunca consegue fazer uma reacção química, porque nunca teve acesso ou contacto com um laboratório, com qualquer meio que lhe permita sair da teoria para a prática. Nós somos muito teóricos”, revela.

    Faltam professores

    A província tem uma falta aguda de escolas e salas de aula. Neste ano lectivo, foram construídas 26 novas escolas e admitidos em concurso público 489 novos professores, mas os investimentos não bastaram para colmatar as lacunas. Para assegurar o processo de ensino e aprendizagem, a província necessita de pelo menos 2.055 professores.

    Os habitantes da comuna da Aldeia Nova, no município da Banga, estão revoltados com a falta de escolas em muitas aldeias. Um exemplo é a aldeia de Kyangala, com 222 habitantes, que dispõe de apenas uma escola com duas salas de aula onde aprendem 86 alunos do ensino primário em dois períodos.

    A referida escola não tem portas, nem janelas, nem carteiras.

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