Dois mil e 963 estudantes do ensino nocturno das escolas do I ciclo, 10 de Fevereiro, BG – 1109 e BG – 1041, localizadas na cidade de Benguela, estão privados de aulas há mais de 30 dias, devido a cortes no fornecimento de energia eléctrica, apurou hoje, terça-feira, a Angop.
Segundo o director da Repartição Municipal de Educação de Benguela, José Januário, as referidas escolas estão sem energia, porque a Empresa Nacional de Distribuição de Energia (ENDE) procedeu a cortes no fornecimento por falta de pagamento.
O responsável adiantou que o problema já é do conhecimento do Governo Provincial, que baixou orientações para sua solução, mas até o momento não houve qualquer resposta da ENDE. “As escolas são instituições públicas e não deveriam ser tratadas como particulares”, enfatizou.
José Januário deu a conhecer que a dívida está estimada em cerca de 11 milhões de kwanzas, correspondente há mais de um ano de consumo.
Revelou que a Repartição Municipal da Educação tem a responsabilidade de acudir situações desta natureza, mas que de momento também depara-se com limitação orçamental, o que não permite a liquidação total da dívida.
O responsável assegurou não existir outra alternativa, senão negociar com a ENDE, no âmbito da parceria institucional, para se salvaguardar a situação dos alunos, numa altura em que se entrou para o último trimestre do ano lectivo.
Entretanto, o director da escola do Iº ciclo 10 de Fevereiro, Joaquim Neto, informou que as escolas visadas não são orçamentadas e que as suas despesas são suportadas pela Repartição Municipal da Educação, sendo que esta também, algumas vezes, as remete à Administração Municipal.
“Essas dívidas arrastaram-se até este nível porque as facturas são remetidas à repartição, que tem sido morosa em dar solução devido a sua limitação financeira”, disse.
Joaquim Neto revelou que a sua instituição está com uma dívida de dois milhões e 559 mil kwanzas.
O responsável frisou que a escola 10 de Fevereiro tem 890 alunos matriculados no ensino nocturno, que correm o risco de perder o ano lectivo, uma vez que a situação já se arrasta há mais de 30 dias.
Fonte da direcção local da ENDE contactada pela Angop alegou que o corte deriva exactamente da falta de pagamentos por muitos anos, o que também está a criar sérios problemas de liquidez à empresa.