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    Fábricas falidas transformadas em lojas, oficinas e «estacionamentos»

    Antigas unidades fabris da capital do País, falidas e abandonadas, estão a servir de armazém para ferro velho, noutros casos são parques de estacionamento, havendo também casos de espaços que são arrendados para o exercício de actividades comerciais.

    Várias indústrias de Luanda, outrora potencialmente produtivas, estão actualmente votadas ao abandono, depois de acusarem falência, enquanto o Executivo diz que quase não detém nenhum activo nessas condições.

    As unidades fabris, hoje improdutivas, são aproveitadas para o exercício de outras actividades, para garantir a sobrevivência dos antigos empregados, apurou in loco o NJ.

    Da ronda feita por este semanário no município do Cazenga, localidade que albergava um dos maiores pólos industriais de Angola, constataram-se, entre outras, as fábricas de pneus Mabor General, a de calçados, Curbol e a de bolachas Villares II, como alguns dos exemplos ainda visíveis sobre a forma como o declínio produtivo tomou conta destes empreendimentos industriais de vulto no passado.

    Alguns membros das direcções destas empresas ainda se fazem presentes nos locais, mas o mutismo diante da imprensa é quase total. Servem apenas para simbolizar a existência dos espaços em que somente restam edifícios antiquados, providos de sucatas aliadas às envelhecidas e obsoletas maquinarias, constatou o NJ.

    “Aqui estiveram em actividade mais de 500 trabalhadores. Hoje estão sem emprego, muitos até já faleceram de tanto esperar por alguma solução”, conta Luís Pepe, antigo operário da Mabor. Hoje, para sobreviver, o nosso entrevistado optou por trabalhar como segurança do espaço, por não dispor de alternativa.

    O ex-operador de máquinas diz que a fábrica de pneus era a única no País e apenas rivalizava com a então congénere Mabor, de Moçambique. Funcionou até à década de 1980, quando ficou paralisada devido a escassez de matéria-prima e falta de técnicos qualificados para assegurar a manutenção.

    “Cada um de nós hoje está entregue à sua sorte. Com aquilo que ficou, arrendamos alguns espaços para os mecânicos exercerem a actividade e assegurámos o parqueamento de viaturas, apenas para, assim, conseguirmos algum dinheiro para o sustento das nossas famílias”, atira Pepe, acrescentando que, desde o ano 2000, não tem direito a salários.

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