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    Executivo investe no arroz para assegurar o consumo

    Muitas regiões do país já consomem o arroz produzido localmente e aguardam por mais incentivos públicos e privados para revitalizar o cultivo dos cereais. (Foto:D.R.)
    Muitas regiões do país já consomem o arroz produzido localmente e aguardam por mais incentivos públicos e privados para revitalizar o cultivo dos cereais.
    (Foto:D.R.)

    Com o objectivo de criar as condições internas para reduzir as importações dos bens da cesta básica o arroz é um dos cereais que merece atenção para que até 2017 se produzam dois milhões de toneladas.

    Executivo angolano trabalha na revitalização da produção de arroz, com boas perspectivas nas províncias do Huambo, Bié, Cuando Cubango e Moxico, para, até pelo menos em 2017, garantir a auto-suficiência alimentar. O cultivo, que avança em muitas regiões, produziu já, nos primeiros anos do projecto, portanto na campanha agrícola 2012/2013, 37.608 mil toneladas de um dos cereais mais consumidos no país.

    As colheitas do arroz de vários projectos que estão a ser dinamizados ainda estão muito distante dos números das importações, que só no primeiro trimestre deste ano se situaram em 149.187,55 toneladas, mais 58.560,22 do que em igual período do ano passado, contudo, um aumento de 64,62 por cento das importações daquele cereal que ocupa o segundo lugar no rol das mercadorias que entram no país, seguido do açúcar, segundo dados do Conselho Nacional de Carregadores.

    Com efeito, os resultados, embora estejam longe dos competitivos volumes de importação, apresentam-se bastante animadores em várias províncias que, a médio e longo prazo, poderão pressionar a redução das importações.

    O destaque recai sobretudo no projecto de revitalização do cultivo de arroz nas províncias do planalto central, financiado pela Agência de Cooperação Internacional do Japão, que apresentou recentemente “resultados animadores” obtidos com os ensaios da produção deste cereal no país. As províncias do Huambo e do Bié, a médio prazo, já poderão lançar aquela região para a auto-suficiência.

    De uma produção de cereais de 1.820.350 toneladas, registada em 2014, as quase já 40.000 de arroz colhidas, apesar do fenómeno de estiagem que se verificou, tiveram uma forte contribuição das províncias do Huambo e Bié. Com efeito, o JE apurou que a cifra poderá aumentar nos próximos anos, a julgar pelos investimentos em curso no sector, visando atingir as metas constantes no plano nacional de desenvolvimento (PND) 2013-2017.

    Dos mecanismos estudados para a dinamização do cultivo de arroz no país, constam o sistema de agricultura familiar e a promoção de projectos empresariais públicos e privados, com produção em grande escala. A maior fábrica de processamento de arroz do país é exemplo disso. Recentemente inaugurada na fazenda agro- -industrial do Longa, Cuito Cuanavale, pelo ministro da Agricultura, Pedro Canga, é uma das apostas que melhor espelha os investimentos no cultivo do arroz, a par de três novos projectos agro-industriais da sua produção que poderão ser implementados até 2017, no Cuando Cubango.

    O projecto fazenda Longa, afecto ao Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural, gerido pela empresa Gesterra, tem actualmente uma área em cultivo de 1.500 hectares e conta com um efectivo de 300 funcionários, dos quais 30 chineses e 270 angolanos.

    O projecto é totalmente financiado pelo Governo de Angola, através de uma linha de crédito e enquadra-se num programa agro-pecuário destinado a aumentar a produção de alimentos

    Novos projectos

    “Até 2017, mais dois ou três projectos do género surgirão na província do Cuando Cubango”, assegurou o governador Higino Carneiro, aquando da inauguração da fazenda.

    Segundo a empresa Gesterra, gestora da empreitada, o projecto vai contribuir para a criação de condições internas e para a redução de importações de produtos agrícolas, que constituem a cesta básica nacional.

    “Com a produção anual de 2.800 toneladas de arroz comercial, este empreendimento agrícola vai contribuir para o alcance das metas programadas pelo Executivo para a produção, até 2017, de dois milhões de toneladas de cereais/ano, com vista à auto-suficiência alimentar”, garantiu o governante.

    A fazenda, com mais de 30 quilómetros, dos quais 1.500 hectares destinam-se à produção de arroz, tem um investimento de 7,6 mil milhões de kwanzas.

    Dados técnicos apresentados ao ministro Pedro Canga referem que o objectivo é produzir anualmente numa primeira fase quatro mil toneladas de arroz em casca e em 2017 aumentar para 7,5 mil, após a conclusão dos trabalhos de prospecção e preparação de novas áreas de cultivo do cereal mais consumido em todo o mundo. A fábrica, com capacidade para processar diariamente 96 toneladas de arroz, dispõe de três silos, cada um com capacidade para 10 toneladas, e um forno para a incineração da palha do arroz destinada a gerar energia, além de três grupos geradores de 1.500 kva, sistemas de irrigação, parque de máquinas e um posto de saúde, não apenas para os trabalhadores, mas igualmente para os outros habitantes da circunscrição. (jornaldeeconomia.ao)

    Por: Gaspar Micolo

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