![Militante pró-russo monta guarda durante votação (Foto de DIMITAR DILKOFF/AFP)](https://www.portaldeangola.com/wp-content/uploads/2014/11/098661a75d961eb1d310569914223b05fa0f02e7.jpg)
Os países da União Europeia (UE) criticaram nesta segunda a Rússia por reconhecer as eleições separatistas no leste da Ucrânia, que deram uma vitória já esperada aos líderes e partidos pró-Rússia, ao destacar que as votações violam os acordos de paz.
O ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, afirmou que as eleições são “contrárias à letra e ao espírito” da trégua assinada em Setembro, com apoio internacional, para acabar com a guerra no leste do país entre o exército ucraniano e os rebeldes pró-Rússia.
Steinmeier recordou nesta segunda-feira a promessa de Moscovo de respeitar “a unidade da Ucrânia”.
“Julgaremos a Rússia e o presidente (Vladimir) Putin de acordo com suas declarações, segundo as quais a unidade da Ucrânia não será questionada”, escreveu Steinmeier no Twitter.
A chefe da diplomacia da UE, Federica Mogherini, lamentou em um comunicado que as eleições no leste insurgente constituam “um novo obstáculo no caminho da Ucrânia para a paz”.
No domingo, os líderes pró-Rússia e seus respectivos partidos conquistaram uma vitória esperada nas eleições presidenciais e legislativas celebradas nos territórios sob seu controle nas regiões de Donetsk e Lugansk.
Moscovo reconheceu as eleições, ao contrário do governo de Kiev, da UE e dos Estados Unidos. Como no período da Guerra Fria, as votações aumentaram a tensão entre o Ocidente e a Rússia, país acusado por europeus e americanos de apoiar os separatistas, que têm seu reduto em parte da região industrial de Donbass, não controlada pelo governo ucraniano pró-Ocidente.
Kiev chamou de “farsa” as eleições, que podem consolidar o controle dos separatistas sobre estes territórios, após um conflito de mais de seis meses que já provocou mais de 4.000 mortes.
Rússia respeita o resultado
Moscovo anunciou que respeita o resultado das eleições presidenciais e legislativas nas autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk. Também afirmou que os governantes eleitos devem agora “resolver os problemas práticos e restabelecer a vida normal” nestas regiões.
“As eleições nas regiões de Donetsk e de Lugansk aconteceram de maneira calma, com uma taxa elevada de participação”, afirma um comunicado do ministério russo das Relações Exteriores.
Durante a votação de domingo, um porta-voz militar ucraniano denunciou o envio “intenso de equipamentos e de tropas” procedentes da Rússia.
A imprensa ucraniana divulgou imagens de dezenas de caminhões militares sem placas, apresentados como uma “coluna russa nas ruas de Donetsk”.
Os insurgentes pró-Rússia iniciaram o conflito em Abril, um mês depois de Moscovo ter anexado a península da Crimeia, uma decisão que não foi reconhecida pela comunidade internacional.
A Rússia justificou a anexação com a alegação de que precisava proteger os cidadãos de origem russa, majoritários na Crimeia, após a revolta pró-Ocidente e nacionalista que aconteceu em Kiev no fim de fevereiro.
Sobre o leste ucraniano, o governo de Moscovo afirma que apenas proporciona aos rebeldes apoio humanitário e político, mas não militar, ao contrário do que afirmam os ocidentais. (afp.com)