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    EUA estão prontos para responder a ataque contra Arábia Saudita – Donald Trump

    AFP

    O presidente americano, Donald Trump, disse neste domingo (15) que os Estados Unidos estão preparados para responder ao ataque contra infraestruturas petroleiras na Arábia Saudita, que Washington atribui ao Irão, enquanto Riad tenta retomar as operações das plantas danificadas no ataque com drones.

    É a primeira vez que o presidente americano menciona uma resposta em potencial ao ataque de sábado, que obrigou o reino a reduzir sua produção de petróleo pela metade.

    “O fornecimento de petróleo da Arábia Saudita foi atacado. Há motivos para acreditar que conhecemos o culpado”, escreveu Trump em sua conta no Twitter, acrescentando que os Estados Unidos estão prontos para atacar, “dependendo da verificação”, pois esperam conhecer a versão saudita para determinar como proceder.

    Os rebeldes xiitas huthis do Iêmen, apoiados pelo Irão, e que enfrentam há cinco anos uma coligação militar liderada por Riad, reivindicaram os ataques contra instalações ao gigante petrolífera estatal saudita Aramco.

    Mas o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, acusou diretamente Teerão, afirmando que não há provas de que o ataque tenha procedido do Iêmen, e acrescentou que Washington “trabalhará” com seus parceiros para garantir o abastecimento do mercado e “que o Irão preste contas de sua agressão”.

    O porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores, Abbas Mussavi, assegurou neste domingo que estas acusações são “insensatas” e “incompreensíveis” e que só buscam justificar “futuras ações” contra o Irão.

    Diante da redução da produção saudita, Trump autorizou o uso de petróleo das reservas estratégicas dos Estados Unidos.

    “Devido ao ataque na Arábia Saudita, que pode ter impacto no preço do petróleo, autorizei, se for necessário, a liberação de petróleo da reserva estratégica de petróleo em uma quantidade a determinar”, tuitou neste domingo.

    O Iraque rejeitou, por sua vez, qualquer vínculo com o ataque, depois que o jornal Wall Street Journal reportou que autoridades americanas e sauditas estudavam a possibilidade de que mísseis tivessem sido lançados contra as instalações petroleiras sauditas a partir daquele país.

    O príncipe-herdeiro saudita, Mohamed bin Salman, cujo país é o grande rival regional do Irã, assegurou que Riad “quer e pode” responder a esta “agressão terrorista”.

    Mas as represálias diretas são “muito pouco prováveis”, segundo o especialista em Oriente Médio da S. Rajaratnam School, James Dorsey.

    “Os sauditas não querem um conflito aberto com o Irão (…) Gostariam que outros lutassem em seu lugar, mas os outros são reticentes”, disse à AFP.

    – Nervosismo nos mercados –

    A bolsa de Riad abriu a sessão de segunda-feira (16) em queda de 3%, antes de recuperar parte das perdas.

    As explosões de sábado provocaram incêndios na planta de Abqaiq, a maior do mundo, dedicada ao refino de petróleo, e em Jurais, onde há um grande campo petrolífero. Mas não provocaram vítimas, disse à AFP o porta-voz do ministério do Interior, general Mansur al Turki.

    Os rebeldes huthis atacaram em múltiplas ocasiões a infraestrutura energética saudita.

    Mas desta vez, as consequências foram de outra envergadura: causaram uma redução brutal da produção de 5,7 milhões de barris por dia, cerca de 6% do abastecimento mundial.

    Esta redução da produção pode fazer cambalear a confiança dos investidores na Aramco, gigante petrolífero que prepara sua entrada na bolsa.

    O governo saudita quer lançar no mercado bursátil cerca de 5% de sua petroleira estatal em 2020 ou 2021 e captar 100 bilhões de dólares, no que poderia se tornar o maior lançamento bursátil da história.

    O presidente da Aramco, Amin Naser, declarou que eram realizadas obras para restabelecer toda a produção.

    O príncipe Abdulaziz bin Salman, recentemente nomeado ministro da Energia, afirmou, por sua vez, que a redução seria compensada com as reservas.

    “Se puderem se restabelecer rapidamente a produção ou pelo menos assegurar aos mercados que podem, talvez não se veja um enorme aumento dos preços”, disse Robert Rapier, especialista em energia, à revista Forbes.

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