Esperam-se nos próximos anos enormes desafios às economias dos Estados Unidos da América (EUA), da União Europeia (EU) e da China, quanto à capacidade de gerar riqueza e criar postos de trabalho.
Estes três gigantes económicos por imperativos que se prendem com a competitividade e o crescimento, têm que reinventar os modelos económicos e encontrar novas fontes de crescimento. Um dos sinais que confirma a necessidade urgente de estimular economia e comércio internacionais são as recentes negociações entre os EUA e EU, no sentido de se construir uma zona transatlântica de livre comércio -Europa/USA .
Esta medida a ser implementada visa simplificar/eliminar as barreiras comerciais destes dois grandes “players” da economia internacional, tornando-os no maior bloco comercial à escala global, com efeitos na competitividade e no desenvolvimento sustentado.
Segundo o Fórum Económico Mundial, a crise da dívida soberana na Zona Euro aliada a fraca capacidade de crescimento da economia norte-americana, são dois factores que poderão pôr em causa o crescimento da economia mundial em 2013. Segundo a referida instituição, o actual ciclo de recessão económica, pela sua persistência, tem preocupado os Estados no sentido de reforço das fontes de competitividade e crescimento económico.
Nesta perspectiva, cabe realçar que os principais pilares de competitividade derivam da qualidade das instituições que um país apresenta, e de que forma estas instituições contribuem na relação entre indivíduos, sociedade e empresas. Instituições fortes facilitam as decisões de investimento, a organização da produção e o modelo de distribuição de riqueza.
As infra-estruturas são também um pilar importante de competitividade na medida em que a dimensão e eficiência da mesma induzem o desenvolvimento. Outra fonte importante para a competitividade reflecte-se no equilíbrio das variáveis macroeconómicas.
Por conseguinte, o fortalecimento do sistema de ensino primário e do sistema de saúde são elementos indispensáveis do desenvolvimento económico, sendo também factores essenciais na incorporação de vantagem competitiva a longo prazo. Assim, o investimento público e privado à formação superior e profissional são aspectos indissociáveis da estratégia competitiva de qualquer Nação. Porem, só uma força humana bem educada e qualificada poderá vencer os desafios que se colocam aos países do ponto de vista da competitividade externa inovação e criação de riqueza.
A competitividade deve também estar aliada à eficiência dos mercados de trabalho e financeiros. Sem eliminarmos as ineficiências que existem a este nível, não poderá haver prosperidade e desenvolvimento sustentado.
Os três pilares anteriormente referidos são fundamentais para a racionalização económica, gestão de recursos, bem como no ajuste da cadeia de produção face à procura. Nesta óptica, três factores se agregam para garantir prosperidade económica: i) Tecnologia ii) Dimensão de mercado iii) Inovação e sofisticação empresarial. Será que as políticas seguidas no continente têm em conta os aspectos referenciados?
A África Subsahariana tem demonstrado um crescimento extraordinário, segundo World Economic Forum. Apesar dos reflexos da crise sub-prime em 2009, o continente tem demonstrado níveis de resiliência significativos com um crescimento de 2,9 por cento em 2009. Segundo os últimos dois anos, formam paradigmáticos, com crescimento médio de 5 por cento ao ano, sendo uma das regiões com maior índice de crescimento mundial. Apesar deste crescimento, os analistas reportam algumas assimetrias e deficiências no modelo de desenvolvimento dos países que compõem a região. (Jornal de Economia & Finanças)