Costa do Marfim e Zâmbia jogam hoje às 20h30, no estádio da Amizade, em Libreville, a final da 28ª edição do Campeonato Africano das Nações em futebol, prova co-organizada desde o dia 21 de Janeiro pelo Gabão e Guiné Equatorial.
Os Elefantes marfinenses entram em campo como favoritos à conquista do título continental, em posse dos faraós egípcios, este ano ausentes da competição depois de três triunfos consecutivos.
A equipa liderada em campo pelo goleador Didier Drogba, do Chelsea da Inglaterra, está preparada e sem problemas com a pressão decorrente do estatuto de favorita, apesar de reconhecer a elevada capacidade competitiva dos Chipolopolo, as balas de cobre zambianas, que entre as várias vítimas que fizeram no CAN têm a particularidade de ter deixado pelo caminho, nas meias-finais, o Ghana, forte candidato ao título.
A Costa do Marfim é a mais bem colocada do continente no ranking mundial da FIFA e confirmou essa condição com uma eficiente caminhada rumo à final. As cinco vitórias consecutivas e os nove golos marcados, sem nenhum sofrido, não são suficientes para expressar a determinação mostrada por um elenco repleto de talentos, que esteve numa situação parecida em edições recentes da competição, mas fracassou na tentativa de fazer jus à folha de pagamento dos seus craques.
“Admitimos que a pressão está sobre nós, mas mantemos a calma no momento de pensar esta final”, sublinhou o técnico François Zahoui, após a vitória de quarta-feira, por 1-0, sobre o Mali, na decisão da presença na final.
A equipa marfinense é um “Golias” para os “Davis” da Zâmbia, que chegaram à decisão de forma inesperada e pela primeira vez desde 1994. Como os próprios reconhecem, o objectivo inicial era chegar aos quartos-de-final da competição, mas superaram em muito as próprias expectativas, ao derrotarem o Ghana, por 1-0 na outra meia-final.
Ainda assim, Drogba afirmou que não se surpreendeu com o resultado ou com o adversário dos Elefantes na final desta noite em Libreville. “É uma equipa difícil. Precisamos corrigir os erros que cometemos na nossa meia-final”, afirmou.
Apesar do elenco relativamente desconhecido, que actua maioritariamente em África, a vitória diante do Ghana confirmou o potencial que o técnico francês Hervé Renard tem vindo a defender desde a primeira fase, quando avisou que o seu conjunto não era levado a sério como devia. Mas Renard, na sua segunda passagem à frente da selecção, teve de implorar para que os seus jogadores dessem ainda mais de si nos minutos finais do jogo de quarta-feira, quando se seguraram como puderam para eliminar os ghanenses. “Disse-lhes que, se deixassem aquela oportunidade passar, se iam arrepender para o resto das suas vidas”, contou.
“Ainda não acabou. A Zâmbia tem mais um jogo antes de chegar ao ponto mais alto do futebol da África”, disse o dinâmico médio-ofensivo Rainford Kalaba, um dos destaques da competição.