Acusações mutuas, entre a administração da Quiçama e os munícipes, sobre a implementação do Programa de Combate à Fome e à Pobreza, Merenda Escolar e de Investimento Público (PIP) na localidade marcaram hoje, sexta-feira, o Conselho Extraordinário de Auscultação e Concertação Social.
No conselho, orientado pelo governador de Luanda, Francisco Higino Lopes Carneiro, os munícipes expuseram as suas dúvidas quanto ao destino dado aos recursos cabimentados para a Quiçama, por parte da administração, pois existem localidades em extrema pobreza, onde não existem infra-estruturas no âmbito do PIP.
Os munícipes lamentaram o facto das comunas de Demba-chio, Mumbondo e Quixinge continuarem com problemas relacionados com o transporte de pessoas e bens, devido as dificuldades de acesso e não terem beneficiado de praticamente nenhum Projecto de Investimentos Públicos projectados para as localidades.
Foi pedido também maior fiscalização por parte do próprio governo porque, segundo os munícipes, o executivo elabora programas e projectos que visam desenvolver as comunidades, mas não chegam à base ou nem são executados porque não são aplicados com a exactidão exigida.
Assuntos ligados ao abastecimento de água potável e energia eléctrica, aumento de postos policiais, abertura de estradas e melhoria das vias de comunicação para permitir o escoamento dos produtos cultivados no município e o convite aos potenciais investidores para desenvolver a localidade foram igualmente discutidos durante o conselho.
Foram feitos esclarecimento sobre os motivos que levaram a administração da Quiçama a demolir mais de 140 casas precárias no bairro do Catondo, na vila da Muxima, por estarem dentro do plano de requalificação local e a qualidade de vida da população saída do distrito da Ingombota, no bairro do Quilombo e realojada na Cabala.
Os munícipes defenderam a necessidade da unificação das aldeias dispersas pela circunscrição, conformando com áreas residências, permitindo assim a criação de condições sociais para todos os habitantes.
O governador Higino Carneiro afirmou, na ocasião, que administração tem que estar mais próxima do cidadão, devendo, antes de construir uma escolas ou colocar um sistema de tratamento de água, um fontenário, ou qualquer projecto que seja, ouvir primeiro a comunidade.
Há um divorcio entre os munícipes e a administração, afirmou o dirigente, reconhecendo que um dos grandes problemas do poder local é a falta de comunicação entre os governantes e governados.
Antes da realização do conselho, o governador de Luanda reuniu-se com os responsáveis da administração, que fizeram a apresentação da situação actual da Quiçama, do Plano Director do município e um informe sobre a construção da Basílica e requalificação da Vila da Muxima.
Foi igualmente apresentado um informe sobre o Pólo de Desenvolvimento Turístico do Cabo Ledo, que vai permitir três mil empregos direitos e cinco mil postos de trabalho indirectos e sobre o Parque Nacional da Kissama. (ANGOP)