Cinco manifestantes, dos quais quatro estudantes morreram a tiro segunda-feira, durante uma manifestação em Al-Obeid (Centro), suscitando a ira do movimento contestatário, que denunciou o massacre e apelou à novas manifestações.
As autoridades militares impuseram um recolher obrigatório nocturno em Al-Obeid e noutras localidades do Estado de Kordofan-Nord.
Os confrontos, avança a Angop, aconteceram na véspera da retomada das negociações sobre a transição política, entre os militares, no poder, e os representantes dos manifestantes.
Economicamente pobre, o Sudão é vítima de movimentos contestatários, desde Dezembro de 2018, desencadeados por causa da triplicação do preço do pão.
As manifestações transformaram-se em oposição ao regime, incitando as Forças Armadas a destituir o Presidente Omar el-Bachir, a 11 de Abril de 2019, depois de 30 anos no poder.
Al-Obeid esteve sempre calmo, desde o inicio das manifestações, mas um residente contactado pela AFP explicou a manifestação de segunda-feira foi convocada para protestar contra a “penúria de pão e de combustível, nos últimos dias”.
Seguiram-se depois as manifestações de Bahari, bairro do Norte de Khartoum, onde foram atiradas balas reais contra os estudantes, que reivindicavam a falta de transportes escolares.
Dados existentes indicam que desde Dezembro de 2018, as manifestações já causaram 246 morte, incluindo as 127 pessoas assassinadas a 03 de Junho último.