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    Cimeira de Abuja: Presidente da Guiné-Bissau diz que líderes da CEDEAO andam mal informados

    A situação política guineense não ficou clarificada com a realização da cimeira dos chefes de Estado e de governo da CEDEAO que decorreu em Abuja, Nigéria, a 17 de deste mês de Dezembro.

    A crise política na Guiné-Bissau, que dura há já 16 meses, continua, depois da CEDEAO exigir o rigoroso cumprimento do acordo assinado pelas partes desavindas, mas que não está a ser implementado. Quatro dos cinco partidos representados no parlamento ainda não reagiram ao comunicado final da cimeira de sábado passado.

    José Mário Vaz disse que os líderes da comunidade da África Ocidental (CEDEAO) estão “completamente desinformados” sobre a verdadeira situação na Guiné-Bissau, onde garante não existir “nenhum problema”. Em declarações aos jornalistas, na chegada a Bissau, no domingo, o Presidente guineense comentou a posição da cimeira dos chefes de Estado e de governo da região. A organização recomendou o entendimento entre a classe política guineense e incitou o chefe de Estado a cumprir o Acordo de Conacri. Na prática, a comunidade regional não reconhece o Governo criado por José Mário Vaz, que é dirigido por Umaro Cissoco Embaló.

    Jomav: “Não há greves nem salários em atraso na Guiné-Bissau.”

    Mesmo assim, José Mário Vaz alega que o comunicado final lhe dá razão. Para o chefe de Estado guineense a preocupação dos líderes da CEDEAO é “normal”. Contudo o Presidente ressalva que não há grandes problemas no país:

    “Fiquei surpreendido quando o Presidente da Comissão da CEDEAO disse que há greves na Guiné e que não se pagam salários no nosso país”, disse o o Presidente guineense aos jornalistas. E ironizou: “Eu de facto não sei quando é que essa alegada greve começou. Se calhar foi umas horas antes de eu sair da Guiné. O facto é que não há greve a nível da educação. O salário do mês de Novembro já foi pago e o ministro das finanças disse que o salário do mês de Dezembro vai ser pago na próxima semana. Portanto alguns líderes da CEDEAO estão completamente desinformados.”

    Sobre a posição da CEDEAO que recomendou a implementação do Acordo de Conacri, o líder guineense sublinhou que há divergências de entendimento sobre o assunto, frisando que, na falta de consenso entre os partidos com assento parlamentar, decidiu nomear Umaro Sissoco Embaló, primeiro-ministro. José Mário Vaz disse ainda que divergiu de Alpha Condé, mediador da CEDEAO para a crise guineense, quando este disse que houve consenso sobre uma figura para ser nomeado primeiro-ministro.

    “Não há nenhuma figura de consenso. Eu e o presidente Alpha Condé divergimos nesse aspecto, porque quando as pessoas chegaram de Conacri cada um tinha a sua interpretação sobre a sua figura de consenso e eu ouvi todas as partes que assinaram o acordo: ninguém em Conacri disse que havia uma figura de consenso.”

    “Sissoko é o homem que, neste momento, reune maior consenso.”

    Sobre o facto de quatro dos cinco partidos políticos representados no Parlamento se recusarem a participar no governo de Umaro Sissoco, o chefe de Estado reconheceu que, apesar das direções partidárias terem recusado, há elementos desses partidos no Governo.

    O Presidente guineense admite que o país se encontra “numa situação difícil”, mas, se os cidadãos se empenharam e trabalharem de forma séria, rapidamente a Guiné-Bissau poderá passar a ser um “país normal”. José Mário Vaz explicou aos jornalistas que nomeou Sissoco Embaló primeiro-ministro porque pareceu-lhe ser a única figura que reúne consenso entre “a nova maioria no Parlamento”, constituída pelos deputados do Partido da Renovação Social (41 mandatos) e o grupo dos 15 deputados dissidentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). (DW)

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