O Presidente da República assinalou hoje a importância para a economia mundial das políticas que os Estados Unidos venham a adoptar e disse esperar uma coordenação ao nível do G20 que favoreça a recuperação económica global.
Numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro, no final da XXII Cimeira Ibero-America, em Cádis, Espanha, Cavaco Silva relatou que os chefes de Estado e de Governo da América Latina presentes nesta reunião expressaram preocupação com a situação económica europeia.
Segundo o Presidente da República, esses representantes políticos “têm uma certa sensação de que não estão a ser beneficiados, estão até a ser um pouco prejudicados pela baixa taxa crescimento económico na Europa e, em particular, na zona do euro”.
Cavaco Silva afirmou mais do que uma vez que “esta cimeira prestou uma atenção particular às políticas de crescimento económico” e referiu que quatro países da comunidade ibero-americana – Espanha, México, Brasil e Argentina – fazem parte do G20, que junta as maiores economias do mundo. “Aí, esperemos que seja defendida uma coordenação ao nível global das políticas económicas e financeiras que favoreça a recuperação da economia mundial, com efeitos benéficos também na zona do euro, a que nós pertencemos”, acrescentou.
O chefe de Estado português destacou “a influência que as políticas que o presidente Obama irá seguir no seu segundo mandato terão na Europa e no mundo em geral”, observando: “É algo que nós não podemos ignorar”.
Ainda quanto à situação Europeia, de acordo com Cavaco Silva, na cimeira de Cádis “foi explicado aos chefes de Estado e de Governo dos países da América Latina que a Europa quer entrar numa trajectória de crescimento sustentado. E há o entendimento de que para isso é muito importante colocar as finanças públicas numa trajectória de sustentabilidade no futuro e também conter o crescimento do rácio da dívida pública em relação ao produto”.
No seu entender, “no fim, existiu um certo entendimento em relação a estas linhas de orientação básicas”, apesar de a Europa e a América Latina estarem em “ciclos económicos diferentes”.
O Presidente da República qualificou o debate informal entre os chefes de Estado e de Governo sobre este tema, realizado durante o chamado “almoço de retiro”, como “um dos mais frutuosos” em que participou.
Fonte: EN
