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    Catumbela: Coveiros encerram as portas do cemitério municipal devido a 11 meses de salários atrasados

    O cemitério municipal da Catumbela, na província angolana de Benguela, tem as portas encerradas devido a uma greve motivada por onze meses de salários em atraso, que deram lugar a protestos contra a gestão do mais novo município da província.

    Quarenta coveiros, na condição de colaboradores desde 2008, à semelhança de outros funcionários em greve, entre operadores de máquinas, motoristas e técnicos de limpeza, decidiram não realizar funerais para exigir também a sua inserção no quadro efectivo algo que é apoiado pelo Sindicato da Administração Pública e Serviços em Angola.

    Ernesto Pedro, coveiro, diz estar farto de promessas.

    “Só nos falam ‘vem aí o salário, vem aí o salário’, mas não vem”, disse.

    “Assim mesmo fechámos o cemitério, não queremos acrescentar muitos meses em atraso”, acrescentou.

    Rosa Venâncio, auxiliar de limpeza, diz que já não sabe com quem falar, depois de ter exposto o problema ao administrador municipal, Fernando Belo.

    “Em 2008, o salário vinha normalmente, mesmo com atraso de quatro meses, mas agora … é demais”, disse.

    “Desde Janeiro que não estamos a ver nada, falamos com o chefe, que tinha dito que chamaria alguém”, acrescentou afirmando ainda que “no dia seguinte apareceu o chefe Gonzaga, que disse que a chefe Cátia ia a Benguela para ver o problema”.

    Sem saber com quem dialogar, já que foram vários os chefes mencionados, ficou também a imprensa, esgotadas todas as possibilidades para uma versão oficial.

    Perante o medo dos grevistas, o líder do Sindicato da Administração Pública e Serviços em Angola, Custódio Cupessala, alerta que é preciso prevenir despedimentos como uma forma de represália.

    “Esse assunto tinha sido tratado em 2005, quando dizíamos que, para evitar eventuais, devia haver enquadramentos conforme surgiam os concursos públicos”, sustenta o sindicalista, acrescentando que “custa crer que mais de 66 estejam nestas condições, sem salários e segurança social”.

    Cupessala está a conduzir o processo reivindicativo que visa exigir o fim de discrepâncias de salários na função pública, a razão da greve do passado mês de Maio nas administrações municipais, cemitérios e governos provinciais.

    A média de salários dos colaboradores da Administração Municipal da Catumbela é de 20 mil Kwanzas, equivalentes a 33 dólares norte-americanos.

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