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    Caso “dívidas ocultas” atrasa Empresa Nacional de Hidrocarbonetos

    VOA | Ramos Miguel

    A Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) de Moçambique decidiu adiar para o final do ano a angariação de 2,3 mil milhões de dólares, que servirá para financiar a sua participação nos mega-projectos do gás natural.

    O anúncio foi feito à agência de informação financeira Bloomberg pelo presidente da ENH, Omar Mitha, dizendo que a empresa vai “voltar aos mercados quando as condições forem mais atractivas”

    O economista João Mosca diz que vários factores, entre os quais a questão das dívidas ocultas e a falta de reformas profundas na economia, contribuíram para que a ENH não conseguisse angariar 2,3 mil milhões de dólares para financiar a sua participação nos mega-projectos de gás natural.

    “A ENH foi ao mercado para tentar angariar esse valor e não conseguiu”, garante Mosca, apontando um conjunto de factores que contribuíram para isso, entre os quais a falta de vontade política para introduzir reformas na economia, sem as quais nenhuma empresa pública ou qualquer outra instituição de investimento público em Moçambique poderá ter créditos tão avultados.

    “A empresa não conseguiu angariar esse dinheiro porque a questão da dívida não está esclarecida porque a dívida pública de Moçambique aumenta, porque o país está num ano eleitoral e internacionalmente, os anos eleitorais são considerados anos de risco para dar financiamento privado e os investidores externos ainda não retomaram plenamente os seus investimentos, excepto a questão do gás”, destaca aquele especialista.

    Como saída, Mosca diz ser necessário resolver a dívida pública, introduzir reformas fundamentais no Estado, no orçamento e nas empresas públicas, o Estado moçambicano cumprir os seus compromissos relativamente ao pagamento da dívida e encontrar formas de travar o crescimento do endividamento externo e sobretudo interno, que colocam Moçambique numa situação insustentável”.

    Na opinam daquele economista, “não há vontade política para resolver estas questões, porque reformas significam esclarecimento dos problemas da dívida pública e isso não interessa por razões internas da Frelimo, para além de que reformar o Estado significa reduzir uma base eleitoral”.

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