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    Carlos Rosado e TV Zimbo em colisão por causa de Edeltrudes Costa – Jornalista põe fim a colaboração depois de ser impedido de comentar polémica que envolve chefe do gabinete do PR

    O jornalista Carlos Rosado de Carvalho pôs fim à sua colaboração com a TV Zimbo depois de a Comissão de Gestão da emissora de televisão o ter impedido de falar sobre o caso Edeltrudes Costa, durante a sua rubrica “Directo ao Ponto”. Ao Novo jornal, o coordenador da Comissão de Gestão, Paulo Julião, disse não querer comentar o assunto.

    O também economista,recentemente convidado pelo Presidente da República para integrar o seu grupo de conselheiros, anunciou no Facebook que estava previsto abordar o “caso Edeltrudes Costa, chefe do gabinete de João Lourenço, que, alegadamente,fez fortuna à custa do Estado, mas foi informado que “o tema não era oportuno”.

    “PONTO FINAL no DIRECTO AO PONTO……”O caso Edeltrudes Costa” seria o tema do DIRECTO AO PONTO deste sábado 3 de Outubro 2020. Sexta feira, a comissão de gestão da TV Zimbo informou-me que o tema “não era oportuno” e pediu para “agendar outro”. Obviamente recusei.

    A todos muito obrigado pela audiência. Continuamos juntos”, escreveu o jornalista no seu Facebook”. De lembrar que a TV Zimbo passou recentemente para as mãos do Estado, tendo sido exonerado o seu conselho de administração e nomeada uma comissão de gestão, coordenada por Paulo Julião.

    O caso de Edeltrudes Costa tem suscitado polémica depois de uma reportagem da portuguesa TVI 24 ter denunciado que o Governo angolano estaria a favorecer o chefe de Gabinete do Presidente da República através de contratos públicos com a empresa EMFC para a prestação de diversos serviços. (http://www.novojornal.co.ao/politica/interior/caso-edeltrudes-costa-oposicao-exige-esclarecimento-publico-dos-implicados-e-umainvestigacao-urgente-94824.html) A contestação já tomou as ruas, com manifestantes a exigirem a demissão do chefe do gabinete do Chefe de Estado.

    Sábado, cerca de 100 pessoas, na sua maioria jovens, juntaram-se em Luanda para, com apitos e palavras de ordem, pressionarem o Presidente da República a demitir Edeltrudes Costa. O chefe de gabinete do Presidente da República, segundo noticiou a estação de televisão portuguesa TVI,recebeu milhões de dólares de origem desconhecida, mas com ligações alegadamente ilícitas à empresa EMFC.

    Segundo a TVI 24, entre outras situações denunciadas está um contrato que foi celebrado no início de 2019 para modernizar os aeroportos angolanos. Na documentação apresentada pela reportagem, o Presidente João Lourenço autorizaria a contratação da empresa portuguesa Roland Berger e a imediata subcontratação da EMFC.

    O recurso adquirido pelo contrato celebrado em Fevereiro de 2019 foi parar em Portugal e teria sido utilizado para compras de imóveis de luxo em várias localidades portuguesas, como Sintra e Cascais. Cargos não condizem com fortuna Edeltrudes Costa foi secretário-geral de José Eduardo dos Santos com função de ministro de Estado e chefe da Casa Civil.

    A TVI24 relata que teve acesso a extractos bancários que mostram que este teria, em bancos portugueses, o equivalente a 20 milhões de euros, apesar de nunca ter ocupado ocialmente cargos que lhe rendessem grandes fortunas.

    A fortuna teria sido usada para comprar a casa em Cascais no valor de 2,5 milhões de euros – que está no nome da ex-mulher de Costa e presidente do Conselho de Administração da EMFC.

    O chefe de Gabinete de João Lourenço também comprou um barco de passeio em Portugal no valor de 130 mil euros e um apartamento de luxo numa propriedade do presidente norte-americano Donald Trump, no Panamá. Segundo a reportagem, o recurso utilizado para a esta última aquisição teria passado pelo Banco Espírito Santo, na Zona franca da Madeira, que é o elemento que Isabel dos Santos optou por destacar no seu tweet.

    O banco central português teria investigado as transferências envolvendo a empresa de Costa, tendo por base “falhas graves na prevenção de branqueamento de capitais e nanciamento ao terrorismo”, segundo a TVI 24.

    A TVI 24 também refere uma prestação de serviço para a Comissão Nacional Eleitoral no último pleito realizado em Angola. O negócio rendeu a Costa um milhão de euros para fornecer material para o escrutínio vencido por João Lourenço.

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